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sábado, 16 de junho de 2007

sobre Eugénio de Andrade


José Fontinhas (nome verdadeiro de Eugénio de Andrade) nasceu a 19 de Janeiro de 1923 em Póvoa de Atalaia, uma pequena aldeia da Beira Baixa situada entre o Fundão e Castelo Branco, filho de uma família de camponeses, "; gente que trabalhava a pedra e a terra". A sua infância é passada com a mãe, que é a figura dominante de toda a sua vida e da sua poesia. O pai, filho de camponeses abastados, pouco esteve presente, dado que o casamento, efectuado mais tarde, durou muito pouco.
Entra para a escola da aldeia natal aos 6 anos. Um ano depois, muda-se com a mãe para Castelo Branco. Em 1932, muda-se novamente, agora para Lisboa, cidade onde se fixara seu pai, e onde permanece por um período de 11 anos. Conclui, entretanto, a instrução primária. Prossegue os estudos e, em 1935, afirma-se em si o interesse pela leitura. Passa horas a ler em bibliotecas públicas e começa a escrever poemas.
Em 1938 escreve uma carta e envia três ou quatro poemas a António Botto, que manifesta interesse em conhecê-lo. Em 1939 publica o seu primeiro poema, "Narciso" e, pouco tempo depois, passa a assinar com outro nome: nasce o poeta Eugénio de Andrade.
Em 1941 faz-se a primeira referência pública à sua poesia na conferência que Joel Serrão, seu amigo, pronunciou na Faculdade de Letras de Lisboa, sobre "A Nova Humanidade da Poesia Nova". Um ano depois, em Novembro, Eugénio lança o seu primeiro livro de poesia: "Adolescente". Em 1943, o poeta muda-se novamente acompanhado pela sua mãe para Coimbra, onde permanece até ao final do ano de 1946, altura em que se fixa novamente em Lisboa. Entretanto, em 1944, cumpre o Serviço Militar e, após a recruta, é colocado nos Serviços de Sáude de Lisboa mas, visto que morava em Coimbra, trata rapidamente de transitar para lá. Fazem-se, nesse ano ainda, as primeiras traduções de poemas seus para francês e, em 1945, a Livraria Francesa publica o seu livro "Pureza".
É com "As Mãos e os Frutos", em 1948, que Eugénio de Andrade alcança o sucesso. A partir dessa data, inicia-se uma carreira especialmente rica em poesia, mas também com produções nos domínios da prosa, da tradução e da antologia. Eugénio de Andrade ergue-se ao primeiro plano da poesia portuguesa.
Entretanto, em 1947, graças a um amigo, ingressa nos quadros do Ministério da Saúde como inspector-administrativo dos Serviços Médico-Sociais, onde permaneceu até 1983. Em 1950 é tranferido para o Porto, cidade onde ainda hoje vive.
A 14 de Março de 1956 morre a sua mãe e morre uma parte do poeta: "A minha ligação à infância é, sobretudo, uma ligação à minha mãe e à minha terra, porque, no fundo, vivemos um para o outro".
Em 1977 inicia-se a publicação da "Obra de Eugénio de Andrade" pela Editora "Limiar". Nasce, em 1991, a Fundação Eugénio de Andrade, que está a reeditar toda a obra do poeta, sendo o último volume o número 26, o livro de poesia "O Sal da Língua" (1995).
Durante os anos que se seguem até hoje, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Joaquim Namorado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny de Vasconcelos, José Luís Cano, Ángel Crespo, Luís Cernuda, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder, Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, Óscar Lopes, e muitos outros...
Publicou mais de duas dezenas de livros de poesia. Obras em prosa, antologias, álbuns, livros para crianças e traduções para português de grandes poetas estrangeiros (Lorca, Safo, Char, Reverdy, Ritsos, Borges, etc...) completam até ao presente a sua bibliografia, para além de muitos títulos traduzidos e publicados em 20 línguas e em 20 países: na Alemanha, Itália, Venezuela, China, Espanha, no México, Luxemburgo, em França, nos Estados Unidos da América, ...Eugénio de Andrade é, realmente - a par de Pessoa - o poeta português mais divulgado no mundo. A sua obra tem sido, por outro lado, objecto de estudo e reflexão por parte de escritores e críticos literários quer estrangeiros quer portugueses. Avesso a participar em eventos mundanos, o poeta raramente tem concedido entrevistas.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Eugénio de Andrade


Biografia Breve

1923 - a 19 de Janeiro, nasce na Póvoa de Atalaia, Eugénio de Andrade, nome civil José Fontinhas. Inicia aí mesmo os seus estudos primários que prossegue em Castelo Branco.

1932 - com sua mãe, figura titular e poética da sua vida, migra para Lisboa.

1933 - estuda no Liceu Passos Manuel e inscreve-se, depois, na Escola Técnica Machado de Castro pensando seguir Engenharia, que viria a abandonar.

1939 - incentivado por António Botto, que conhecera anteriormente, publica o poema “Narciso” que ainda assina com o nome civil e que mais tarde repudia.

1942 - publica Adolescente, o seu livro de estreia, dedicado a Pessoa que também virá a repudiar e que apenas retirará alguns textos depois publicados em Primeiros Poemas.

1943 - instala-se com sua mãe nos arredores de Coimbra. Conhece Afonso Duarte, Miguel Torga, Carlos de Oliveira e Eduardo Lourenço.

1944 - é incorporado no serviço militar onde, após a recruta, é colocado nos serviços de saúde de Lisboa e depois em Coimbra.

1945 - publica Pureza que terá o mesmo destino de Adolescente .

1947 - é admitido nos Serviços Médicos-Sociais, nos quais se manterá em funções como inspector, até 1983. Conhece Sophia de Mello Breyner Andresen.

1949 - torna-se amigo de Mário Cesariny e priva com o grupo de surrealistas, movimento que poucas marcas deixará na sua poesia.

1950 - publica Os Amantes Sem Dinheiro . Muda-se para o Porto. Em 1951 publica Palavras Interditas . Conhece Pascoaes. Em Madrid, priva com Vicente Aleixandre e Ángel Crespo.

1956 - morre sua mãe. Publica Até Amanhã ilustrado com originais de Jean Cocteau.1957 - publica Coração do Dia . Conhece Luís Cernuda, cujas cartas a Eugénio foram mais tarde publicadas em Espanha. Jorge de Sena, seu amigo desde o inicio da década, inclui-o nas suas Líricas Portuguesas .

1960 - conhece Marguerite Yourcenar com quem se corresponderá. Lopes-Graça edita em disco as suas composições para os poemas de As Mãos e os Frutos .

1964 - publica Ostinato Rigore , que ele próprio considera, a par do posterior Branco no Branco um dos seus melhores livros.

1968 - publica Os Afluentes do Silêncio , prosa, e Daqui Houve Nome Portugal uma monumental antologia de verso e prosa sobre o Porto.

1969 - traduz as Cartas Portuguesas atribuídas a Mariana Alcoforado.

1971 - publica Obscuro Domínio e mais uma antologia Memórias de Alegria dedicada a Coimbra. É lançado, ainda, 21 Ensaios sobre Eugénio de Andrade .

1972 - publica a antologia de poesia erótica Variações Sobre Um Corpo , uma recolha da sua própria poesia Antologia Breve e o volume Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões . Uma das reedições da sua escolha de Camões iria ultrapassar, logo após o 25 de Abril, todos os recordes de tiragens.

1974 - publica Escrita da Terra com títulos como Monfortinho, Castelo Branco, Póvoa de Atalaia e numa 3ª edição Campos de Atalaia

1976 - publica Limiar dos Pássaros e a sua primeira obra de literatura infanto-juvenil História da Égua Branca .

1981 - primeiro encontro com Jorge Luís Borges. Óscar Lopes edita um volume dedicado à poesia de Eugénio Uma Espécie de Música .

1982 - publica O Peso da Sombra . Recebe o grau de Grande Oficial de Ordem Militar de Sant'Iago de Espada.

1983 - é nomeado para a Academie Mallarmé de Paris.

1984 - Branco no Branco , editado em este ano, recebe o Prémio de Poesia Pen Club.

1985 - a C. M. do Porto concede-lhe a Medalha de Méritos da Cidade e no ano seguinte recebe o prémio da Assoc. Internacional dos Críticos Literários.

1987 - edita Vertentes do Olhar que recebe o Prémio Dom Dinis.

1988 - publica O Outro Nome da Terra obtendo o primeiro Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. É homenageado com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

1989 - a tradução francesa de Branco no Branco vale-lhe o Prémio Jean Malrieu para o melhor livro de poesia estrangeira editado em França.

1991 - um grupo de amigos decide criar a Fundação Eugénio de Andrade e publica, já com a chancela da fundação, o livro Rente a Dizer . Os seus 50 anos de trabalho literário são comemorados.

1994 - publica Oficio da Paciência . Muda-se para a casa da Fundação Eugénio de Andrade, um ano mais tarde publica O Sal da Língua e a Fundação abre finalmente ao público.

1996 - recebe o Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz.

2000 - é-lhe atribuído o Prémio Extremadura de criação literária, o Prémio Celso Emílio Ferreiro e o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e no ano seguinte recebe o Prémio Camões.

2002 - recebe o Prémio de Poesia Pen Club com o Os Sulcos da Sede editado no ano anterior.