Capítulo I
Os Maias tem início com a descrição e historial do Ramalhete, casa que a família Maia veio habitar em Lisboa, Outono de 1875. Em 1858, quase tinha sido alugada a monsenhor Buccarini pelo procurador dos Maias, Vilaça; nota-se que os Maias eram uma família nobre, mas com sinais de decadência. A casa que tinham em Benfica foi vendida (já pelo Vilaça Júnior) e seu conteúdo passou, em 1870, para o Ramalhete. A Tojeira, outra propriedade, também fora vendida. Poucos em Lisboa sabiam quem eram os Maias, família que vivia até então na Quinta de Santa Olávia, nas margens do Douro.
Os Maias, antiga família da Beira, eram, no momento desta narração, constituídos por Afonso da Maia e Carlos Eduardo da Maia, seu neto, que estudava medicina em Coimbra. Meses antes de este acabar o curso, o avô decide vir morar para Lisboa, no Ramalhete. Reforma-se o Ramalhete sob a direcção de um compadre de Vilaça, um arquitecto e político chamado Esteves. Mas Carlos traz também um arquitecto-decorador de Londres, despedindo assim Esteves. A casa é fechada e, só depois de uma longa viagem de Carlos pela Europa, é que é habitada pelo avô e neto, em 1875. Descrição física de Afonso (p.12). Começa-se, através do contar da vida de Afonso, uma analepse (pp.13-95), onde se conta a ida a Inglaterra, a morte do pai, o casamento, o nascimento de Pedro da Maia, o retorno e exílio a Inglaterra devido às suas ideias políticas; em Richmond, Afonso fica a saber da morte da mãe, em Benfica. Pedro da Maia é educado pelo padre Vasques, capelão do conde Runa, mandado vir de Lisboa. Morre a tia Fanny. Vão para Roma, Itália. Voltam a Benfica, finalmente. Explica-se porque Afonso se torna ateu (pp.18-20). Pedro cresce; tem um filho bastardo, aos 19 anos. A mãe, esposa de Afonso da Maia, morre; Pedro da Maia entrega-se à bebida e distúrbios. Um ano depois, “acalma-se”. Começa a grande paixão de Pedro da Maia (p.22): descrição de Maria Monforte, de origens misteriosas. Alencar vê Pedro e Maria no teatro S. Carlos, no final do I acto do Barbeiro de Sevilha. Pedro pede permissão ao pai para casar com Maria Monforte. Afonso recusa. Pedro casa e vai para Itália.
Capítulo II
De Itália, Pedro e Maria vão para França. Maria engravida e Pedro trá-la para Lisboa; antes, porém, escreve ao pai. Vai para Benfica, mas o pai, em desfeita, já tinha partido para Sta. Olávia. Nasce uma filha a Pedro; mas este já não o comunica ao pai, Afonso; começa um período de cerca de 3 anos, em que pai e filho não se falam. Descreve-se o ambiente das soirées lisboetas em Arroios. Nasce um menino, Carlos Eduardo. Ao ir a uma caçada na Tojeira, Pedro fere um recém-chegado, um napolitano chamado Tancredo. Trata-o em sua casa. Dois dias depois, Tancredo recolhe-se a um hotel. Descrição do napolitano (p.41). M.ª Monforte isola-se, acaba com as soirées, depois de saber que o sogro voltara a Benfica. Passam-se alguns meses, com a presença habitual de Tancredo. A filha tem já 2 anos. Maria Monforte foge com o napolitano e a filha, deixando o filho, Carlos Eduardo e uma carta. Afonso, por causa disto, reconcilia-se com Pedro. Nessa mesma noite e madrugada, Afonso acorda com um tiro. Pedro suicidara-se. É enterrado no jazigo de família em Sta. Olávia.
Capítulo III
Passam-se vários anos. Afonso vive com o neto em Sta. Olávia, o Teixeira e a Gertrudes, escudeiro e governanta, respectivamente. Vive lá também uma prima da mulher de Afonso, uma Runa, que era agora viúva de um visconde de Urigo de la Sierra, e o preceptor de Carlos Eduardo, o Sr. Brown. Refere-se a severa educação inglesa de Carlos, em que não entra a religião, para desgosto do abade Custódio. Descreve-se uma noite em Sta. Olávia com os amigos de Afonso. Fala-se dos arrulhos de Teresinha e Carlinhos (p.72). Menciona-se a Monforte, mãe de Carlos (p.78), que dá pelo nome de Madame de l’Estorade. Não se sabe o que é feito da filha que ela levou. Mais tarde, sabe-se por Alencar que Maria Monforte lhe dissera que sua filha tinha morrido em Londres. Vilaça morre (p.84). Manuel Vilaça, filho do Vilaça, torna-se administrador da casa.
Capítulo IV
Passam-se anos. Carlos faz exames; está prestes a formar-se em Medicina. Contam-se as cenas da vida em Celas, com os amigos. O Teixeira, Gertrudes e o abade já haviam morrido. Descrição de João da Ega (p.92), aluno baldas e grande ateu. Alude-se a uma aventura adúltera passageira de Carlos com uma Hermengarda, mulher de um empregado do Governo Civil. Outra aventura foi com uma espanhola, Encarnacion. Carlos forma-se em Agosto. Parte de viagem para a Europa. Chega o Outono de 1875 e Carlos também. Volta-se ao PRESENTE da narração (p.96). Descrição de Carlos já homem feito (p.96). Carlos instala-se no Ramalhete com toda a sua parafernália de instrumentos de medicina. Passa tudo para um laboratório no Largo das Necessidades e abre um consultório no Rossio. Ninguém lhe aparece para consulta. Ega visita-o no consultório. Diz-lhe que vai publicar um livro, “Memórias de Um Átomo”.
Capítulo V
Carlos tem a sua 1ª doente, a mulher do padeiro Marcelino. Descreve-se um dos serões no Ramalhete. Às 2.15 a.m., começam a abandonar o Ramalhete. Carlos começa a ter clientes. Ega aparece-lhe ocasionalmente, para ler uma parte do seu manuscrito, para o convidar a ser apresentado aos Gouvarinhos… Conhece-os, por fim, na frisa do teatro.
Capítulo VI
Carlos visita Ega na sua nova casa, a Vila Balzac, no Largo da Graça, depois da Cruz dos 4 Caminhos. Saem. Encontram Craft. Combinam jantar no Hotel Central, em honra ao Cohen. Chegam os Castro Gomes para se hospedar (p.157). Alencar encontra Carlos da Maia, que tem agora 27 anos. Alencar é contra o Naturalismo e tudo o que lhe cheire a Realismo. Começam a discutir a decadência de Portugal, política e socialmente. Acabam bem o jantar. Ega e Alencar discutem. Reconciliam-se. Saem todos do Hotel Central. Alencar acompanha Carlos até casa. Analepse de uma conversa de Carlos e Ega em que este, bêbado, lhe revelara a verdadeira história da mãe de Carlos. Carlos adormece, pensando na misteriosa senhora do Hotel Central e no Alencar.
Capítulo VII
Craft tornara-se íntimo no Ramalhete. Carlos, retirado do consultório, passava os dias em casa, escrevendo o seu livro. O Dâmaso pegou-se a ele como uma “lapa”. Ega, endividado, vem pedir mais 115 libras a Carlos. Certo dia, o Dâmaso não aparece, nem nos dias seguintes. Carlos acaba por ir procurá-lo. Chegando ao fim da Rua do Alecrim, encontra Steinbroken, que se dirige ao Aterro. Durante a conversa, passa a misteriosa figura do Hotel Central (pp.202-3). No dia seguinte Carlos volta ao Aterro e ela torna a passar, mas agora acompanhada do marido.
A Gouvarinho, a pretexto da “doença” do filho Charlie, visita-o no consultório. Carlos flirta-a abertamente. Reaparece Dâmaso, de repente, numa caleche, dizendo a Carlos ter um “romance divino”. Tudo indica serem os Castro Gomes a sua companhia. Aparece na “Gazeta” um artigo de J. da Ega elogiando os Cohen. Discutem-no na soirée. Carlos convida o Cruges a ir a Sintra, depois do Taveira lhe ter dito que Dâmaso e os Castro Gomes se dirigiam para lá.
Capítulo VIII
(Este capítulo demora 2 dias) Viagem a Sintra; instalam-se no Nunes. Apanham o Eusébiozinho com duas espanholas. A Concha faz uma cena quando o Eusébiozinho “se deita de fora” (p.228). Na manhã seguinte, partem em direcção a Seteais detendo-se, porém, em frente ao Lawrence. Pausa de reflexão idílica sobre Sintra. Encontram Alencar (p.234). Na volta, passam pelo Lawrence, vão até o Nunes, e Carlos descobre que Dâmaso e os Castro Gomes já tinham saído no dia antes para Mafra. Pensa disparates românticos sobre a Castro Gomes (p.245). Jantam no Lawrence, um bacalhau preparado segundo o Alencar. Partem de Sintra. Cruges, a meio do caminho, lembra-se de que se tinha esquecido das queijadas.
Capítulo IX
(1 dia) Já no Ramalhete, no final da semana, Carlos recebe uma carta a convidá-lo a jantar no Sábado seguinte nos Gouvarinhos; entretanto, chega Ega, preocupado em arranjar uma espada conveniente para o fato que leva nessa noite ao baile dos Cohen. Dâmaso também aparece de repente, pedindo a Carlos para ver um doente “daquela gente brasileira”, i.e., os Castro Gomes. É a menina, visto que os pais haviam partido essa manhã para Queluz. Chega ao Hotel, mas a pequena, chamada Rosicler, não teve mais que um mal-estar passageiro. Carlos dá uma receita a Miss Sara, a governanta.
10 horas da noite: ao preparar-se para o baile, aparece o Mefistófeles Ega a Carlos, dizendo que o Cohen o expulsara (ao que parece, descobrira as cartas de Raquel e Ega). Vão a casa do Craft pedir conselho sobre o “provável” duelo. Ceiam.
(1 dia) No dia seguinte, nada acontece, excepto a vinda da criada de Raquel Cohen, anunciando que ela levara uma coça e que partiam para Inglaterra. Ega dorme nessa noite no Ramalhete.
Na semana seguinte, só se ouve falar do Ega e do mau-carácter que ele é. “Todos caem-lhe em cima” (p.289). Carlos vai progressivamente ficando íntimo dos Gouvarinhos. Visita a Gouvarinho e dá-lhe um tremendo beijo (p.297), mesmo antes da chegada do conde Gouvarinho.
Capítulo X
Passam-se 3 semanas. Carlos sai de um coupé, onde acabara de estar com a Gouvarinho. Nota-se que já estava farto dessas 3 semanas e que se quer ver livre da Gouvarinho. Encontra o marquês pela rua, constipado. Fugazmente, vê Rosicler acenando de um coupé adiante do Grémio. Combina com o Dâmaso, no Ramalhete, levar os Castro Gomes a ver o bricabraque do Craft, nos Olivais. Não se concretiza a ideia. Chega o(s) dia(s) das corridas de cavalos. Confusão à porta do hipódromo. Descrição do ambiente dentro do hipódromo (pp.314-320). Confusão com um dos jóqueis que perdera uma corrida. Briga e rebuliço. Encontra a Gouvarinho, que lhe propõe ir até o Porto (seu pai estava mal), dar uma “rapidinha” em Santarém, e daí cada um seguia para o seu lado. Carlos começa a ruminar no absurdo de toda aquela ideia. Fazem-se apostas. Todos apostam contra Vladimiro, cavalo em que Carlos tinha apostado. Vladimiro vence e Carlos ganha 12 libras, facto muito comentado. Encontra Dâmaso, que lhe informa que o Castro Gomes afinal tinha ido para o Brasil e deixara a mulher só por uns 3 meses. Carlos devaneia. Discute com a Gouvarinho, mas acaba por aceder ao desejo do encontro em Santarém. Sempre pensando na mulher de Castro Gomes, vem a Lisboa, com o pretexto de visitar o Cruges (o Vitorino), agora que sabe que ela mora no mesmo prédio, à R. de S. Francisco. O Cruges não está; Carlos vai para o Ramalhete. Tem uma carta da Castro Gomes pedindo-lhe que a visite, por ter “uma pessoa de família, que se achava incomodada”. Carlos fica numa agitação (de contentamento).
Capítulo XI
Carlos vai visitar a Castro Gomes, i.e., Maria Eduarda. É a governanta, Miss Sara, que está doente. Descrição de Maria Eduarda (p.348). Examina Miss Sara. Receita-lhe. Falando com Maria Eduarda, descobre que é portuguesa, não brasileira. “Até amanhã!” é agora no que Carlos só pensa; um recado da Gouvarinho indispõe-no. Começa a “odiá-la”. Por sorte, o Gouvarinho decidiu à última da hora ir com a mulher para o Porto, o que convém muito a Carlos, assim como a morte de um tio de Dâmaso em Penafiel, deixando-lhes os “entraves” fora de Lisboa.
Nas semanas seguintes, Carlos vai-se familiarizando com Maria Eduarda, graças à doença de Miss Sara. Falam ambos das suas vidas e dos seus conhecidos. Dâmaso volta de Penafiel; visita Maria Eduarda. “Niniche”, aninhada no colo de Carlos, rosna e ladra quando Dâmaso tenta lhe fazer festas. “Desconfianças” de Dâmaso. Sabe-se que, por coincidência, os Cohens voltaram de Inglaterra e que Ega está para chegar de Celorico.
Capítulo XII
O Ega chega e pede “asilo” no Ramalhete. Informa Carlos de que viera com a Gouvarinho, e de que o conde os convidara para jantar na próxima 2ª feira.
(2ª feira) Nesse jantar, a Gouvarinho está mesmo uma chata, mesmo a “pedir nas trombas”, com as suas indirectas e quiproquós. O clima suaviza-se durante o jantar, devido aos ditos irreverentes do Ega. A pretexto de um mal-estar de Charlie, a Gouvarinho beija Carlos nos aposentos interiores. Carlos e Ega são os últimos a sair.
(3ª feira) Depois de ter sido “retido” pela Gouvarinho na casa da tia, Carlos chega atrasado à casa de Maria Eduarda. Leva uma “indirecta”. No meio da conversa, Domingos anuncia Dâmaso; Maria Eduarda recusa-se a recebê-lo. Fala a Carlos sobre uma possível mudança de casa (Carlos pensa logo na casa do Craft). Carlos deixa escapar que a “adora” depois de uma troca de olhares. Beijam-se.
(4ª feira) Carlos conclui o negócio da casa com o Craft. Maria Eduarda fica um pouco renitente com a pressa de tudo, mas acaba concordando, com um novo beijo.
Ega, depois de se mostrar insultado pelo segredo que Carlos faz de tudo, vem a saber que Carlos está a ter mais do que uma aventura com Maria Eduarda.
Capítulo XIII
(6ª feira) Ega informa a Carlos de que Dâmaso anda a difamá-lo e a Maria Eduarda. Carlos faz os preparativos para a mudança de Maria Eduarda para os Olivais. Encontra Alencar, que refere a crescente antipatia de Dâmaso por Carlos. Aparece Ega. Cumprimentam-se. Do outro lado da rua, aparecem o Gouvarinho, o Cohen e Dâmaso. Carlos atravessa a rua; ameaça Dâmaso.
(Sábado) Maria Eduarda visita a sua nova casa nos Olivais. Descrição da casa. Têm a sua 1ª relação sexual (p.438).
(Domingo) Aniversário de Afonso da Maia. Tagarelice do marquês: Dâmaso estava a namorar a Cohen. Aparece Baptista a informar de que está uma senhora dentro de uma carruagem que quer falar com Carlos. Era a Gouvarinho. Ela tenta uma “rapidinha” mas, ao se lembrar da imagem de Maria Eduarda, Carlos recua. Discutem. Carlos sai. Terminou tudo.
Capítulo XIV
O avô parte para Sta. Olávia. Maria Eduarda instala-se nos Olivais. Ega parte para Sintra por alguns dias. Carlos, só, vai passear depois do jantar. Encontra Taveira no Grémio, que o adverte contra Dâmaso. Taveira arrasta-o até o Price, mas Carlos pouco se demora. Ao sair, encontra Alencar e o Guimarães, tio do Dâmaso.
Sabe-se que Carlos e Maria Eduarda pretendem fugir até Outubro para Itália, mas Carlos pensa no desgosto que dará ao avô. A sua felicidade, por fim, supera o avô nos seus raciocínios. Descreve-se as idas de Carlos aos Olivais: os encontros com Maria Eduarda e as relações que tinham no quiosque japonês (p.456). Isto não é o suficiente: eles querem passar as noites também. A 1ª noite é descrita na p.459. Carlos descobre uma outra casa perto da dos Olivais, que servirá para esperar pelos encontros nocturnos dele e de Maria Eduarda. Numa dessas noites, descobre Miss Sara a fazer sexo no jardim da casa com o que lhe parece ser um jornaleiro. Sente vontade de contar tudo a Maria Eduarda mas, à medida que pensa no caso, compara-o com a furtividade do seu. Decide não dizer nada.
Chega Setembro. Craft, regressado de Sta. Olávia para o Hotel Central, diz a Carlos que pareceu-lhe estar o avô desgostoso por Carlos não ter aparecido por lá. Carlos diz a Maria Eduarda que vai visitar o avô. Ela pede-lhe para visitar o Ramalhete, antes. Combinam isso para o dia em que Carlos partirá para Sta. Olávia. Maria Eduarda visita o Ramalhete mas, misteriosamente, desanima-se; Carlos “conforta-a” (p.470). Maria Eduarda refere que às vezes Carlos faz-lhe lembrar a sua mãe (p.471); diz que a mãe era da ilha da Madeira que casara com um austríaco e que tinha tido uma irmãzinha, que morrera em pequena (p.472). Chega Ega. Traz novas de Sintra. Carlos parte para Sta. Olávia. Regressa uma semana depois. Fala a Ega do plano de “amolecer” o avô quanto à relação com Maria Eduarda. Susto! Castro Gomes anuncia-se! Mostra uma carta anónima que lhe haviam mandado para o Brasil, dizendo que a sua mulher tinha um amante, Carlos. Revela não ser marido de Maria Eduarda, que lhe retirava o uso do seu nome, deixando-a apenas como Madame Mac Gren, seu verdadeiro nome. A Carlos “cai o queixo”. Ruminando pensamentos, entre escrever uma carta de despedida ou não, Carlos decide confrontar Maria Eduarda nos Olivais. Ao entrar, sabe por Melanie, a criada, que o Castro Gomes já lá tinha estado. Maria Eduarda, em chôro, pede perdão a Carlos de não lho ter contado; conta a verdadeira história da sua vida. Depois de uma grande cena de chôro, Carlos pede-a em casamento.
Capítulo XV
Na manhã seguinte, perguntam a Rosa se quer o Carlos como “papá”. Aceita. Maria Eduarda conta toda a sua vida (pp.506-14). Dias depois, ao ir visitar Maria Eduarda com Carlos, Ega diz-lhe pelo caminho que seria melhor esperar que o avô morresse para então se casar. Carlos acalenta a ideia. Jantam nos Olivais e Ega, rodeado deste ambiente, diz querer casar e louva tudo o que até aí era contra (p.523). Aos poucos, os amigos de Carlos (o Cruges, o Ega, o marquês), vão frequentando esses jantares de amizade dados nos Olivais. Meados de Outubro: estava Afonso com ideias de vir de Sta. Olávia (e Carlos de sair dos Olivais), pois o Inverno aproximava-se. Recebe, através do Ega, um n.º da Corneta do Diabo, que o difama em calão “num caso que tem com uma gaja brasileira”. Carlos primeiro pensa em matar a quem escreveu mas, reflectindo na verdade dos escritos, pensa se não será melhor não casar com Maria Eduarda. Volta ao 1º pensamento, em matar. Descobre, pelo editor do artigo, o Palma, que tinham sido o Dâmaso e o Eusébiozinho que lho tinham encomendado. Ega e Carlos vão até o Grémio; encontram o Gouvarinho e Steinbroken. Finalmente, aparece Cruges, a quem pedem que faça de padrinho num duelo de Carlos. Sabe-se, a meio disto, que o Governo caíra, pelo Teles da Gama (p.550). Cruges e Ega vão a casa do Dâmaso. Este faz uma cena ao saber do desafio, mas acaba por escrever uma retractação. Ega escreve-lhe a retractação e ele copia-a. Ega entrega-a, ao sair, a Carlos. Satisfeito, Carlos devolve-lha, para usar como lhe aprouver. No dia seguinte, Ega remói a ideia de fazer conhecer a carta do Dâmaso. Chega uma carta anunciando que Afonso voltava ao Ramalhete. Carlos retorna ao Ramalhete e Maria Eduarda à R. de São Francisco. No dia seguinte, chega Afonso à estação de Sta. Apolónia. Ao almoço, Carlos e Ega falam do projecto de uma revista. Ega vai ao Ginásio. Vê a Cohen e o Dâmaso. Sai do Ginásio; dirige-se à redacção d’A Tarde e pede ao Neves para publicar a carta do Dâmaso. Há um ligeiro rumor nos dias seguintes, mas tudo acalma. Dâmaso “vai de férias” a Itália.
Capítulo XVI
Antes do sarau da Trindade, Ega ouve com Carlos e Maria, uma parte de “Ofélia” ao piano, na casa desta. Carlos e Maria “enrolam” Ega para fazerem o seu próprio sarau, ali mesmo. Mas lembram-se do Cruges, e Carlos e Ega acabam por ir ao sarau da Trindade. Ouvem o discurso de Rufino. Entretanto, no botequim, dá-se um conversa entre o Guimarães e Ega, a propósito da carta do sobrinho. Ega volta ao sarau, ouve Cruges e sai quando o Prata sobe ao estrado. Carlos vê o Eusébiozinho saindo. Vai atrás dele e dá-lhe uns “abanões” e um pontapé. Voltam ao sarau, onde Alencar já ia declamar. Alencar arrebata a sala com o seu poema, “Democracia”. Ega fica desacompanhado; Carlos, disseram-lhe, já havia saído. O Gouvarinho sai furibundo por causa do poema do Alencar. À saída, de caminho para o Chiado, Ega é parado por Guimarães, que lhe diz ter um cofre da mãe de Carlos para entregar à família. No meio da conversa, descobre inconscientemente uma verdade terrível a Ega: Carlos tem uma irmã; é a Maria Eduarda! (p.615). Guimarães conta a Ega tudo o que sabe sobre M.ª Monforte (p.617), inclusive a mentira que ela dissera a Maria Eduarda sobre a sua origem de pai austríaco. Enquanto Guimarães vai buscar o cofre nessa mesma noite, Ega fica a atormentar-se com os seus pensamentos. Chega ao Ramalhete e deita-se, sempre pensando no incesto como ideia fixa.
Capítulo XVII
Ega não tem coragem de contar a Carlos. Sai, à procura de Vilaça. Come no Café Tavares e volta à R. da Prata. “Despeja” tudo ao Vilaça. Incumbe-o de contar tudo a Carlos. Abrem a caixa de M.ª Monforte. Encontram um documento provando que Maria Eduarda é filha de Pedro da Maia. Susto! Carlos está em baixo à procura do Vilaça! Ega e Vilaça, atarantados, mandam dizer que não está. Combinam que Vilaça irá ao Ramalhete, às 9 da noite. Mas Carlos não o atende e adia para o dia seguinte, às 11 horas. Ao saber disso, Ega sai para cear no Augusto com o Taveira e duas espanholas. Toma uma carraspana. Acorda ao lado de Cármen Filósofa, uma das espanholas, às 9 da manhã. Chega atrasado ao Ramalhete, às 12 h. Carlos e Vilaça já estavam “lá dentro”. Carlos, insensatamente, não acredita no que lhe contam. Mostra ao avô os papéis da Monforte. Mas Afonso não os refuta, dando a Carlos uma insegurança de que tudo pode ser verdade. Afonso, no corredor, diz a Ega que sabe que “essa mulher” é a amante de Carlos. No jantar dessa noite, estão todos “murchos”. No final do jantar, Carlos escapuliu-se: ia à Rua de São Francisco. Passa pela casa, desce até o Grémio, toma um conhaque e volta à casa de Maria Eduarda; entra. Tenta inventar uma história, mas ela, no quarto, já deitada, puxa-o para si e… Carlos não “resiste”. Na festa de anos do marquês, no dia seguinte, Carlos está muito alegre. Ega desconfia. Ega acaba descobrindo que Carlos continua indo “visitar” Maria Eduarda. Na 3ª feira evita Carlos; só aparece no Ramalhete às 9 da noite para se arranjar para o aniversário de Charlie, o filho do Gouvarinho. Afonso da Maia sabe que Carlos continua a encontrar-se com Maria Eduarda. Ega decide partir; pensa melhor: desfaz a mala. Baptista diz-lhe que Carlos parte amanhã para Sta. Olávia. Carlos debate-se com os seus pensamentos: o desejo e a culpa simultâneos (p.664-65); ao vir de Maria Eduarda, às 4 da manhã, encontra o avô e o seu silêncio acusador, como um fantasma (p.667-68). Já era dia, quando dizem a Carlos que o avô estava desacordado no jardim; estava morto (suponho ser trombose, visto que tinha um fio de sangue aos cantos da boca). Carlos culpa-se a si mesmo dessa morte, pois achava que era pelo avô saber tudo que havia morrido. Vilaça toma as providências. Ega escreve um bilhete a informar Maria Eduarda do facto. Reunião dos amigos da família; recordam Afonso. 1878 (p.681) O enterro é no dia seguinte, à uma hora. Carlos, depois do enterro, pede a Ega para falar com Maria Eduarda, contar-lhe tudo e dizer-lhe que parta para Paris, levando 500 libras. Quanto a Carlos, vai para Sta. Olávia, esperar a trasladação do avô; depois, viajará para espairecer. Convida o Ega para tal. Carlos parte. Ega deixa, atabalhoadamente, a revelação a Maria Eduarda e diz-lhe que ela deve partir já para Paris. Encontra-se com ela na estação de Sta. Apolónia, no dia seguinte. Segue no mesmo comboio até o Entroncamento. E nunca mais a vê.
Capítulo XVIII
Passam-se semanas. Sai na “Gazeta Ilustrada” a notícia da partida de Carlos e Ega numa longa viagem. Ano e meio depois (1879), regressa Ega, trazendo a ideia de escrever um livro, “Jornadas da Ásia”; Carlos ficara em Paris. (1886) Carlos passa o Natal em Sevilha; de lá, escreve a Ega que vai voltar a Portugal. Chega nesse ano a Sta. Olávia. (Jan. 1887) Carlos chega a Lisboa e almoça no Hotel Bragança com Ega, que está ficando careca; a mãe deste já morrera. Carlos pergunta pela Gouvarinho. Aparece o Alencar. Aparece o Cruges. Reminiscências desses últimos anos. Ega e Carlos vão visitar o Ramalhete. Antes, descem o Chiado. Encontram o Dâmaso perto da Livraria Bertrand. Aos poucos, Carlos toma consciência do novo Portugal que existe agora, anos passados. Passagem de Charlie (insinuação de que ele é maricas, p.705). Passagem do Eusébiozinho. Às 4 h, tomam uma tipóia para o Ramalhete. Dentro, nota-se que a maior parte das decorações (tapetes, faianças, estátuas) já tinham ou estavam a ser despachadas para Paris, onde Carlos vivia agora. Também no Ramalhete estavam os móveis trazidos da Toca. Sabe-se que Maria Eduarda ia casar. Saem do Ramalhete, descem a Rampa de Santos. Carlos olha para o relógio: 6.15! Está atrasado para o encontro com os amigos no Bragança. Desata a correr, junto com Ega, pela rampa de Santos e Aterro abaixo, atrás de um transporte.
Crítica Social
A Corrida de Cavalos
Objectivos:
Novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o próprio rei;
Visão panorâmica dessa sociedade (masculina e feminina) sob o olhar crítico de Carlos;
Tentativa frustrada de igualar Lisboa às capitais europeias, sobretudo Paris;
Cosmopolitismo (fingido) da sociedade;
Possibilidade de Carlos encontrar aquela figura feminina que vira à entrada do Hotel Central.
Existem 4 corridas.
Visão caricatural:
O hipódromo parecia um palanque de arraial;
As pessoas não sabiam ocupar os seus lugares;
As senhoras traziam “vestidos sérios de missa”;
O bufete tinha um aspecto nojento;
A 1ª corrida terminou numa cena de pancadaria;
As 3ª e 4ª corridas terminaram grotescamente.
Conclusões a retirar:
Fracasso total dos objectivos das corridas;
Radiografia perfeita do atraso da sociedade lisboeta;
O verniz da civilização estalou completamente;
A sorte de Carlos, ganhando todas as apostas, é indício de futura desgraça (Sorte no jogo…).
O Jantar dos Gouvarinho
Objectivos:
reunir a alta burguesia e aristocracia;
reunir a camada dirigente do País;
radiografar a ignorância das classes dirigentes.
Os alvos visados neste jantar são:
Conde de Gouvarinho
voltado para o passado;
tem lapsos de memória;
comenta muito desfavoravelmente as mulheres;
revela uma visível falta de cultura;
não acaba nenhum assunto;
não compreende a ironia sarcástica do Ega;
vai ser ministro.
Sousa Neto
acompanha as conversas sem intervir;
desconhece o sociólogo Proudhon;
defende a imitação do estrangeiro;
não entra nas discussões;
acata todas as opiniões alheias, mesmo absurdas;
defende a literatura de folhetins, de cordel;
é deputado.
Nota-se assim a superficialidade dos juízos dos mais destacados funcionários do Estado; incapacidade de diálogo por manifesta falta de cultura.
A Imprensa
“A Corneta do Diabo”:
o director é o Palma “Cavalão”, um imoral;
a Redacção é um antro de porcaria;
publica um artigo contra Carlos mediante dinheiro;
vende a tiragem do número do jornal onde saíra o artigo;
publica folhetins reles, de baixo nível.
“A Tarde”:
o director é o deputado Neves;
recusa publicar a carta de retractação de Dâmaso porque o confunde com um seu correligionário político;
desfeito o engano, serve-se da mesma carta como meio de vingança contra o inimigo político;
só publica artigos ou textos dos seus correligionários políticos.
Aspectos a notar: o baixo nível; a intriga suja; o compadrio político; assim como os jornais, está o País.
Sarau do Teatro da Trindade
Objectivos:
ajudar as vítimas das inundações do Ribatejo;
apresentar um tema querido da sociedade lisboeta: a oratória;
reunir novamente as várias camadas das classes mais destacadas, incluindo a família real;
criticar o ultra-romantismo que encharcava o público;
contrastar a festa com a tragédia.
Neste sarau, destacam-se dois personagens:
Rufino
o bacharel transmontano;
o tema do Anjo da Esmola;
o desfasamento entre a realidade e o discurso;
a falta de originalidade;
o recurso a lugares-comuns;
a retórica é oca e balofa;
a aclamação por parte do público tocado no seu sentimentalismo.
Alencar
o poeta ultra-romântico;
o tema da Democracia Romântica;
o desfasamento entre a realidade e o discurso;
o excessivo lirismo carregado de conotações sociais;
a exploração do público seduzido por excessos estéticos estereotipados;
a aclamação do público.
N.B.: As classes dirigentes estão alheadas da realidade (nota-se isso pela indignação do Gouvarinho). Caracteriza-se a sociedade como sendo deformada pelos excessos líricos do ultra-romantismo.
Espaço e Cor
O Ramalhete
O Jardim:
A estátua de Vénus Citereia
“enegrecendo a um canto na lenta humidade das ramagens silvestres” (Cap.I)
“parecendo, agora, no seu tom claro de estátua de parque, ter chegado de Versalhes” (Cap.I)
“uma ferrugem verde, de humidade, cobria os grossos membros de vénus Cetereia” (Cap.XVIII)
A Cascata
“uma cascatazinha seca” (Cap.I)
“E desde que a água abondava, a cascatazinha era deliciosa” (Cap.I)
“Por entre as conchas da cascata, o fio de água punha o seu choro lento” (Cap.XVII)
“mais lento corria o prantozinho da cascata, esfiado saudosamente, gota a gota” (Cap.XVIII)
O Cipreste e o Cedro
“um pobre quintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um cipreste, um cedro” (Cap.I)
“o cipreste e o cedro envelhecendo como dois amigos tristes” (Cap.I)
“o cipreste e o cedro envelheciam juntos, como dois amigos, num ermo” (Cap.XVIII)
Os móveis do escritório do Afonso:
“Todos os móveis do escritório do avô desapareciam sob os largos sudários brancos.” (Cap.XVIII)
A Toca:
“O melhor é baptizá-la definitivamente com o nome que nós lhe dávamos. Nós chamávamos-lhe a Toca” (Cap.XIII)
“só meter a chave devagar e com uma inútil cautela na fechadura daquela morada discreta, foi para Carlos um prazer” (Cap.XIII)
“uma tarde, (…) experimentaram ambos essa chave” (Cap.XIV)
“tapeçarias, onde desmaiavam, na trama de lã, os amores de Vénus e Marte” (Cap.XIII)
“onde se distinguia uma cabeça degolada”(Cap.XIII)
“uma enorme coruja fixava no leito de amor, os deus dois olhos redondos e agoirentos” (Cap.XIII)
“o famoso armário, o móvel divino de Craft” (Cap.XIII)
“na base quatro querreiros” (Cap.XIII)
“a peça superior era quardada aos quatro cantos pelos quatro evangelistas” (Cap.XIII)
“espigas, foices, cachos de uvas e rabiça de arados” (Cap.XIII)
“dois faunos, recostados em simetria, indiferentes aos heróis e aos santos” (Cap.XIII)
“era ao centro um ídolo de bronze, um Deus bestial” (Cap. XIII)
Os símbolos cromáticos
O Vermelho:
“aquela sombrinha escarlate (…) quase o envolvia, parecia envolvê-lo todo – como uma larga mancha de sangue” (Cap.I)
“ao lado de Maria, com uma camélia escarlate na casaca” (Cap.I)
“todas as cadeiras eram forradas a repes vermelhos” (Cap.XI)
“abria lentamente o grande leque negro pintado de flores vermelhas” (Cap.XI)
Amarelo e Dourado:
“uma senhora loura, os cabelos loiros, de um oiro fulvo” (Cap.I)
“uma senhora alta, loira” (Cap.VI)
“era toda forrada, paredes e tecto, de um brocado amarelo, cor de botão-de-oiro” (Cap.XIII)
O Negro:
“seus olhos muito negros” (Cap.III)
“o negro profundo de dois olhos que se fixaram nos seus” (Cap.VII)
Personagens (mencionadas por ordem de aparição)
Sebastião da Maia (p.7);
Condessa de Runa (p.9);
Tobias, um são-bernardo;
Gato angorá, branco c/ malhas louras, chama-se, sucessivamente, Bonifácio/D. Bonifácio de Calatrava/Reverendo Bonifácio;
Vilaça;
Vilaça (o Júnior);
Manuel Vilaça;
Caetano da Maia (Miguelista), pai de Afonso da Maia (Liberal);
Jerónimo da Conceição, confessor de Caetano da Maia;
As Cunhas, primas de Afonso da Maia;
Fanny, tia de Afonso da Maia;
D. Maria Eduarda de Runa, filha de um conde; casa com Afonso da Maia, depois da morte do pai deste, Caetano da Maia;
Coronel Sequeira, amigo de Afonso da Maia;
Pedro da Maia, filho de Afonso da Maia, tem um bastardo aos 19 anos;
Avô da mulher de Afonso da Maia (enlouquecera; julgando-se Judas, enforcara-se numa figueira);
Tomás de Alencar, amigo de Pedro da Maia;
D. João da Cunha, amigo de Pedro da Maia (e de Alencar);
Maria Monforte;
Manuel Monforte, pai de Maria Monforte, açoreano;
André, criado do café Marrare, no Chiado (p.23);
O Melo, conhecido de Pedro da Maia (mais tarde amigo de Alencar, Carlos e Cruges);
Tancredo, o napolitano que foge com Maria Monforte;
O Magalhães, conhecido de Pedro da Maia;
Luís Runa, primo de Afonso da Maia;
Teixeira, escudeiro (ó mordomo) de Afonso da Maia;
Saldanha, personagem aludida, que é demitido do Paço;
Maria da Gama, personagem aludida, frequenta Maria Monforte; é uma troca-tintas;
André da Ega, personagem aludida, frequenta Afonso da Maia em Sta. Olávia;
D. Diogo Coutinho, personagem aludida, frequenta Afonso da Maia em Sta. Olávia;
Dr. Guedes, o médico;
Marquesa de Alvenga, personagem referida;
Velho Cazoti (deve ser professor de música);
Gertrudes, governanta de Afonso da Maia;
Prima da mulher de Afonso, uma Runa, viúva do visconde de Urigo de la Sierra;
Abade Custódio;
Carlos Eduardo da Maia, neto de Afonso da Maia;
Sr. Brown, preceptor de Carlos Eduardo;
D. Ana Silveira (vizinha?), a mais velha, solteira, da família dos Silveiras, da Quinta da Lagoaça;
Teresinha Silveira, “namorada” de infância de Carlos Eduardo;
D. Cecília Macedo, mulher do escrivão (p.67);
Pedra, tia de Carlos Eduardo (p.59);
D. Eugénia Silveira, viúva; tem 2 filhos, Teresinha e Eusébiozinho (o papa-livros, descrição na p.69);
O doutor delegado, que não se decide a casar ou não com D. Eugénia, havia já 5 anos;
O juiz de Direito e D. Augusta, sua mulher;
Recorda-se, na tagarelice, Manuel Branco, da família dos Brancos;
Mr. de l’Estorade, espadachim (mais tarde chamado Vicomte de Manderville);
André Noronha, primo de Afonso da Maia;
Catanni, acrobata (com quem Maria foge para a Alemanha);
Dr. Trigueiros;
João da Ega, sobrinho de André da Ega, amigo de Carlos Eduardo;
Serra Torres, adido em Berlim, amigo de Carlos Eduardo;
Simão Craveiro, amigo de Carlos Eduardo (e de Ega, também);
Gamacho (tocava piano), amigo de Carlos Eduardo;
Baptista, criado de quarto de Carlos;
Amigos de Carlos Eduardo depois do consultório estabelecido: Taveira, vizinho, empregado no Tribunal de Contas; Cruges, maestro, pianista; marquês de Souselas;
Sr. Vicente, mestre-de-obras;
Mr. Theodore, chef de Afonso da Maia;
Jacob Cohen, director do Banco Nacional;
Raquel Cohen, esposa de Jacob Cohen (com quem J. da Ega tem um caso);
Craft, filho de um clergyman da igreja inglesa do Porto, amigo de Carlos e de Ega;
D. Diogo, amigo do whist de Afonso da Maia;
Conde Steinbroken, ministro da Finlândia, visita habitual do Ramalhete;
Tarquínio;
Marcelino, o padeiro;
Marcelina, a mulher do padeiro;
Azevedo, jornalista;
Sá Nunes, jornalista;
Gastão, conde de Gouvarinho;
Margarida, cozinheira de D. Diogo;
Dr. Barbedo;
Amigos do Ega: Dâmaso Salcede, amigo do Cohen; 1 primo da Raquel Cohen;
Viegas, um dos doentes de Carlos Eduardo;
Manuel Pimenta, criado dos Gouvarinho;
Tompson, pai da condessa de Gouvarinho;
Sra. Josefa, rapariga cozinheira do Ega;
Shelgen, um alemão que vivia na Penha de França;
Tio Abraão, um comerciante de bricabraque;
Castro Gomes, o brasileiro;
Joaquim Guimarães, tio de Dâmaso Salcede;
Sra. Cândida, dona de uma venda;
Mateus, criado negro de Alencar;
Dr. Teodósio;
Charlie, o filho dos Gouvarinho;
Lola e Concha, as espanholas do Eusébiozinho;
Palma, amigo do Eusébiozinho;
Carvalhosa, amigo do Alencar, que vive em Colares (p.242);
Médico Smith;
Mª Eduarda, a “esposa” do Castro Gomes;
Melanie, criada dos Castro Gomes;
Miss Sara, governanta dos Castro Gomes;
Rosa (Rosicler), filha de Mª Eduarda;
Godefroy, costureiro que fez o fato de Mefistófeles do Ega;
Sra. Adélia, criada de Raquel Cohen;
Domingos, ex-serviçal do Ramalhete, criado dos Cohen;
D. Maria Lima, tia de Gastão Gouvarinho;
D. Maria da Cunha, amiga da Gouvarinho;
Teles da Gama, amigo dos Gouvarinho;
Torres Valente, político da câmara;
Miss Jones, tia da Gouvarinho, que lhe emprestara a casa à R. de Sta. Isabel para os seus “encontros” com Carlos;
Borges, vizinha de Miss Jones;
Manuela (ou, Manueleta), “conhecida” do marquês de Souselas;
Pe. Serafim, padre da família do Ega;
Clifford, um sportsman de Córdova;
Visconde de Darque, um sportsman português;
Viscondessa de Alvim, presente no hipódromo;
Joaninha Vilar, presente no hipódromo;
As Pedrosos, presentes no hipódromo;
Condessa de Soutal, presente no hipódromo;
Menina Sá Videira, filha do negociante de sapatos de ourelo, presente no hipódromo;
Ministra da Baviera;
Baronesa de Craben;
Concha, amiga de D. Maria da Cunha;
Pancho Calderon, anfitrião de Carlos e Clifford;
D. Pedro Vargas, primo do marquês e comissário das corridas de cavalos;
Mendonça, juiz das corridas;
Pinheiro, o jóquei que montou o “Escocês”;
Josefina do Salazar, acompanhante do Dâmaso;
Bertonni, tenor;
Sra. Augusta, porteira (?) do prédio onde mora o Cruges e a Castro Gomes;
“Niniche”, a cadelinha de Mª Eduarda;
Dr. Chaplain, médico de Mª Eduarda em Paris;
Romão, criado de Mª Eduarda (tinha sido antes do Dâmaso);
Manuelinho, filho do Vicente, mestre-de-obras;
Fillon, o fotógrafo;
Sr. Sousa Neto, amigo do conde Gouvarinho;
Barros, ministro do Reino;
Vicenta, criada da Baronesa de Alvim;
Julinha, mulher do Carvalhosa;
Travassos (deve ser médico);
Mr. Antoine, o chef francês;
Micaela, cozinheira da casa;
Cortês, alfaiate do avô de Carlos;
Conde de Landim;
Patrick Mac Gren, “marido” de Mria Eduarda em Paris;
Silvestre, ajudante no pasquim do Palma;
Viscondessa de Cabelas;
Zeferino, conhecido (?) do Dâmaso, a quem Palma pediu emprestado um relógio;
Nunes, tabelião do Dâmaso, sito à Rua do Ouro;
Neves, político, director d’ A Tarde;
Dâmaso Guedes, político;
Sr. Pereirinha, editor do jornal do Neves;
José Clemente e Rufino, políticos aludidos por Neves;
Gonçalo, político, conhecido do Neves;
Melchior, conhecido do Ega (e do Neves);
D. José Sequeira, comissário do sarau da Trindade;
O Prata, que fala no sarau (e põe toda a gente a “fugir”);
Vieira da Costa, correligionário do Gouvarinho;
Clemence, uma costureira de Levaillant, com quem Guimarães vive;
Simões, um estofador;
Visconde de Torral, amigo (ou cliente) do Vilaça;
Padre Talloux, confessor de Maria Monforte;
Paca e Cármen Filósofa, duas espanholas;
Dr. Azevedo, mora ao pé da padaria, perto do Ramalhete;
Marquês de Vila Medina, amigo de Carlos;
Barradas, pintor do retrato de Cruges;
Leonor Barradas, tia do Barradas, já falecida;
Homens e mulheres que o Ega conhcera: Lucy Gray, Conrad, Marie Blond, Mr. de Menant, Doubs;
Barroso, o amante da mulher de Dâmaso, filha dos condes de Águeda;
Adosinda;
João Eliseu;
Mr. de Trelain, noivo de Mª Eduarda.