1916 - Vergílio Ferreira nasce em Melo, concelho de Gouveia, na Serra da Estrela.
1926 - Entra para o Seminário do Fundão.
1932 - Estuda no Liceu da Guarda onde conclui o curso liceal.
1936 - Vai para Coimbra, como aluno da Faculdade de Letras. Escreve as primeiras poesias. 1940 - Licencia-se em Filologia Clássica.
1942 - Lecciona no liceu de Faro.
1943 - Publica O Caminho Fica Longe , romance.
1944 - Lecciona no liceu de Bragança.
1945 - Ingressa no Liceu de Évora, onde leccionará durante 14 anos.
1946 - Casa com Regina Kasprzykowsky. Publica Vagão «J», romance.
1949 - Publica Mudança , romance.
1953 - Publica A Face Sangrenta , colectânea de contos e Manhã Submersa, romance.
1959 - Ingressa no Liceu Camões, em Lisboa. Publica Aparição , romance galardoado no ano seguinte com o «Prémio Camilo Castelo-Branco», da Sociedade Portuguesa de Escritores. Publica Cântico Final , romance.
1965 - Publica Alegria Breve , romance galardoado com o «Prémio da Casa da Imprensa».
1971 - Publica Nítido Nulo , romance.
1976 - Publica os Contos.
1979 - Publica Signo Sinal , romance.
1980 - Lauro António realiza a longa--metragem Manhã Submersa , onde Vergílio Ferreira desempenha o papel de Reitor.
1981 - Jubila-se de professor do ensino secundário.
1983 - Recebe os Prémios do Pen Club, daAssociação Internacional dos Críticos Literários, do Município de Lisboa e o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus. Publica Para Sempre , romance.
1984 - É eleito sócio da Academia Brasileira de Letras.
1986 - É homenageado em Gouveia, seu concelho natal. É dado o seu nome à Biblioteca Municipal.
1987 - Publica Até ao Fim, romance.
1988 - Recebe o «Grande Prémio do Romance e da Novela» da Associação Portuguesa de Escritores pelo romance Até ao Fim .
1990 - Recebe o prémio «Fémina» com «Matin Perdu», tradução francesa de Manhã Submersa. Publica Em Nome da Terra , romance.
1991 - Recebe, em Bruxelas, o «Prémio Europália» pelo conjunto da sua obra literária.
1992 - É eleito para a Academia das Ciências de Lisboa. Recebe o «Prémio Camões».
1993 - Realização do «Colóquio sobre Vergílio Ferreira», em homenagem aos seus 50 anos de actividade literária, na Faculdade de Letras do Porto. Torna-se Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
1995 - 10 de Setembro - Inaugura a Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira em Gouveia, à qual doa a sua biblioteca particular.
1996 - 1 de Março - Morre em Lisboa. Está sepultado em Melo «virado para a Serra», como foi seu desejo. É editada a obra inacabada Cartas a Sandra.
Uma voz canta não sei onde.
Ergue-se sobre o silêncio da terra.
[…] É a voz da escuridão e das raízes.
Para Sempre
Uma aldeia perdida num recanto de montanha – a Serra da Estrela.
É uma paisagem familiar, que Vergílio Ferreira conheceu na sua infância e a ela constantemente regressa, descrevendo-a nos seus livros. A casa de família, onde escreveu algumas das sua obras. A paz da aldeia natal, no seu ritmo sereno. A coragem e resignação das suas gentes, os seus cantos de trabalho, as suas preces, as suas festas e tradições. E a montanha, o seu silêncio e solidão, o seu encantamento e mistério. Imensa massa de duro granito, ora coberta de neve, ora vestida de verde, ora estalando ao sol. Recortada contra o azul intenso de um céu de Verão ou emersa nos nevoeiros de Inverno. Topo do mundo, de onde se abarcam horizontes sem fim. Repleta de cores e cheiros da urze, das giestas e pinhais. Percorrida pelo balido das ovelhas, o marulhar das águas livres das ribeiras, o rugido do vento, o som imperceptível da neve a cair... Foi esse o ambiente que formou a sensibilidade do Escritor, a sua forma de viver e sentir, a sua maneira de estar no mundo. É esse o ambiente que tentamos desvendar, e convidamos a descobrir, na presente exposição.