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sábado, 17 de novembro de 2012

Testa os teus conhecimentos sobre o Sermão de Santo António



Tendo em conta o teu conhecimento global sobre o Sermão, preenche os espaços em branco.


O primeiro capítulo, denominado  , consiste essencialmente na apresentação do assunto. O autor vai discorrer a partir de um , uma breve citação bíblica, "Vós sois o sal da terra", enunciado em  . Este capítulo termina com uma invocação à  .
Do segundo ao quinto capítulos, temos a 
 , que consiste na apresentação circunstanciada de uma matéria didáctica, e a  , onde está presente o desenvolvimento e apresentação de provas dos factos. Aqui torna-se claro que o sermão será dividido em duas  , os  e as aos peixes, primeiro de um modo  , descendo depois ao  .
Relativamente aos louvores em particular, serão referenciados o santo peixe de Tobias, a 
 , o  e o  .
No que diz respeito aos 
 , começa por , de um modo geral, acusar os peixes de se  uns aos outros e ainda pior, os comem os  . Descendo depois ao particular, repreende respectivamente os  , os  , os  e o , que será considerado o maior  do mar.
Para terminar, na 
 ou epílogo, o pregador faz um apelo e uma elevação aos peixes,  que estes devem louvar a  .


Ainda relativamente aos vícios, Vieira apresenta aos peixes exemplos de homens com as mesmas características negativas que estes possuem e outros que souberam valorizar essas características, tornando-as positivas.
Assinala como verdadeiras ou falsas as afirmações seguintes.




A
Um exemplo de roncador no mundo dos homens é S. Pedro, pois prometeu que nunca negaria Cristo e negou-o três vezes.
 Verdadeiro  Falso
B
Também Santo António é apresentado como um bom exemplo de roncador.
 Verdadeiro  Falso
C
Podem ser considerados pegadores todos aqueles que vivem à custa de alguém, explorando-o e aproveitando-se dele.
 Verdadeiro  Falso
D
David e Santo António também se pegaram a Deus e pagaram caro por essa afronta.
 Verdadeiro  Falso
E
Os pegadores morrem não pela sua fome, mas pela fome da boca alheia, o que é triste.
 Verdadeiro  Falso
F
Tal como os voadores, Santo António também tinha asas (ambição, vaidade e presunção) que utilizou para converter os peixes.
 Verdadeiro  Falso
G
Simão Mago fingiu-se filho de Deus e tentou voar, no entanto caiu e partiu os pés como castigo pela sua ambição.
 Verdadeiro  Falso
H
Simão Mago era ambicioso no bom sentido, tal como Santo António.
 Verdadeiro  Falso
I
Tal como o polvo, santo António foi alvo de traições que o levaram à morte.
 Verdadeiro  Falso
J
Judas é considerado o maior traidor da terra, mas mesmo assim é menos traidor do que o polvo.
 Verdadeiro  Falso

Sermão de Santo António aos Peixes


Sermão de Santo António aos Peixes - Resumo

01/10/2009

antonio_com_peixes




O Sermão de Santo António aos Peixes, da autoria do Padre António Vieira, é, como sabes, uma obra literária do Barroco português.




Porquê o nome deste sermão dado por Padre António Vieira?

-Homenagem ao Sto. António (pregado no dia de Santo António)
-Segue o exemplo do sermão de Santo António (aos peixes)
-Tal como Sto. António tenta converter os hereges (expulsem os demónios dentro de si), também Padre António Vieira tenta fazer isso com os colonos portugueses no Brasil.

Objectivos:
-Pretende agitar as consciências (abrir os olhos), conduzir à reflexão.
-Pretende evitar o mal e preservar o bem (sal que tenta salgar)

Estrutura do Sermão de Santo António aos peixes

1. Exórdio - capítulo.I

Exórdio: Funcionalidade das perguntas retóricas, recursos expressivos, processo do distinguo e relevância das narrativas

A partir do conceito predicável "vós sois o sal da terra": "Santo António foi sal da terra e foi sal do mar."

A razão pela qual ele nos fala da corrupção no capitulo I (Exórdio) (e nós concordamos), é porque existem várias razões para tal.

Causas Responsáveis pela corrupção
Pregadores <> (conservar o bem)
Ouvintes <>
“Sal”à”Sal que não salga”
Falsa doutrina “ Não pregam a verdadeira doutrina”
“Terra”à “Terra não deixa salgar”
Recusa da verdadeira doutrina “ou não querem receber”
Palavras   = comportamento à”Dizem uma coisa e fazem outra”
Imitação de comportamentos incorrectos “imitar o que eles fazem”
Vaidade dos pregadores (“Se pregam a si”)
Egocentrismo, satisfação das vontades (“Servem a seus apetites”)

Síntese:
Neste capítulo, Padre António Vieira critica a humanidade, que está cada vez mais corrupta, e os pregadores, que havendo tantos, não conseguem alcançar os seus objectivos. Utiliza as expressões “sal” para os pregadores e “terra” para os ouvintos. Excepção para Santo António, de quem Padre António Vieira admira bastante e aborda a história sucedida por este em Arimino, onde prega aos hereges e é tentativa de apedrejamento por parte deste anti-cristos. 

2-Exposição-capitulo II

“Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam”à Ironia que crítica os Homens.

-Os peixes neste capitulo, metaforicamente, são os Índios.

Louvores em Geral dos peixes:
- "ouvem e não falam"
- "vós fostes os primeiros que Deus criou"
- "e nas provisões (...) os primeiros nomeados foram os peixes"
- "entre todos os animais do mundo, os peixes são os mais e os maiores"
- "aquela obediência, com que chamados acudistes todos pela honra de vosso Criador e Senhor"
- "aquela ordem, quietação e atencão com que ouvistes a palavra de Deus da boca do seu servo António. (...) Os homens perseguindo a António (...) e no mesmo tempo os peixes (...) acudindo a sua voz, atentos e suspensos às suas palavras, escutando com silêncio (...) o que não entendiam."
-"só eles entre todos os animais se não domam nem domesticam"

Síntese:
Padre António Vieira inicia a exposição com uma pergunta retórica “Que haveremos de pregar hoje aos peixes?” Depois indica a estrutura do sermão “dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios”. O resto do capitulo é abordado por António Vieira com as virtudes dos peixes, dizendo que eram queridos de Deus, se este não gostasse de peixes de peixes não tinha criado tantos, há muitos animais grandes, mas o maior é um peixe (Baleia)… Continuando com palavras características deles: quietos, atentos…

3-Louvores em Particular capitulo III(1º momento da confirmação)

Santo Peixe de Tobias

-Peixe bíblico: equivalente a pregador/função pregador
-Grande em tamanho e das virtudes interiores

Virtudes:
- o fel sara a cegueira "o fel era bom para curar da cegueira
- o coração lança fora os demónios; "o coração para lançar fora os demónios"

Virtudes em relação a Sto António:
-coração: bom coração
-fel: palavras amargas ditas por Sto António, tentando influenciar a audiência, dizendo que nada está bem, ou as atitudes destes.

Rémora

-Espécie Natural, com qualidade que seria útil aos homens
- Tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder;
-Tem uma espécie de ventosa (trava a ambição dos homens)

Virtudes:
-trava o leme das naus (barcos poderosos da época dos descobrimentos)

Virtudes em relação a Sto António:
-Palavras de Santo António, que pretendem travar os vícios.

Quatro naus abordadas:
-soberbaàvaidade
-vingançaàbatalha, artilharia apontada
-cobiça
-sensualidade

Torpedo

-Espécie Natural, com qualidade que seria útil aos homens
-Metaforicamente funciona como o aviso por parte de Sto António nas suas pregações 
-É um peixe modesto, não se exibe

Virtudes:
-faz tremer

Virtudes em relação a Sto António:
-Palavras de Santo António fazem tremer

Quatro Olhos

-Espécie natural, equivalente a pregador

- dois olhos voltados para cima para se vigiarem das aves;
- dois olhos voltados para baixo para se vigiarem dos peixes.

Virtudes:
-Está atento

Virtudes em relação a Sto António:
-O Santo está atento a todos os vícios e tentações

Louvores em particular:
Os quatro peixes, Santo peixe de Tobias, rémora, torpedo e quatro-olhos, possuem características que na sua totalidade se vêm a identificar com as principais características de Santo António.

Breve resumo do Sermão de Santo António


Sermão de Santo António pregado na cidade do Maranhão, no ano de 1654, no dia 13 de Junho, dia de Santo António, (Véspera da partida de Padre António Vieira para Lisboa). Nesta época, Portugal tinha recuperado a Independência e o Padre António Vieira vem a Lisboa, junto do rei para apoiar a criação de leis que acabassem com a exploração dos colonos brancos para com os índios brasileiros.
O sermão está organizado em seis capítulos e três partes: o Exórdio, que contém o capitulo I; a exposição e confirmação, que contém os capítulos II, III, IV e V e a peroração que contém o capitulo VI.

No Exórdio, Padre António Vieira apresenta o conceito predicável,“Vós sois o sal da Terra”, e explica as razões pelas quais a terra está tão corrupta. Ou a culpa está no sal (pregadores), ou na terra (ouvintes). Se a culpa está no sal, é porque os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque dizem uma coisa e fazem outra ou porque se pregam a si e não a Cristo. Se a culpa está na terra, é porque os ouvintes não querem receber a doutrina, ou antes imitam os pregadores e não o que eles dizem, ou porque servem os seus apetites e não os de Cristo.
Ao apresentar o conceito predicável, Padre António Vieira, introduz o tema do sermão, mas apesar de tudo desvia-se do tema e preocupa-se apenas com a razão pela qual a terra está corrupta, partindo do principio de que a culpa é dos ouvintes. Consegue isto, uma vez que o sermão é proferido no dia de santo António, aproveitando assim o exemplo deste. Santo António não obtinha resultados da sua pregação e os homens até o quiseram matar, em vez de desistir resolveu pregar aos peixes. Assim se viu Padre António Viera, sem obter resultados, a terra continuava corrupta, resolvendo igualmente pregar aos peixes, seguido o exemplo de Sto António.
Em primeira parte, o orador vai louvar as virtudes dos peixes e em seguida repreende-los.

capitulo II contempla os louvores aos peixes de carácter geral, recorrendo-se ao exemplo de Jonas para mostrar que os homens são muito piores que os peixes. Como suas qualidades temos:
- Bons ouvintes / obedientes
- Primeira criação de deus
- Melhores do que os homens
- Livres, puros, longe dos homens
Estas qualidades, são por antítese os defeitos dos homens.
Neste, como em todos os capítulos, há um exemplo prático de Sto António, para o louvar no seu dia.

capítulo III é igualmente de louvor aos peixes, mas agora de carácter particular. Padre António Vieira utiliza quatro peixes para mostras a relação entre o homem e o divino, como os peixes se dão a estes cuidados e os homens não pensam em tais coisas.
Peixe de Tobias: Tem umas entranhas e um coração que expulsam os demónios e simboliza o poder purificador da palavra de Deus.
Rémora: Peixe que quando se agarra e um navio tem força suficiente para o conduzir sozinha. Simboliza o poder da palavra do pregador – guia das almas.
Torpedo: Produz descargas eléctricas que faz tremer o braço do pecador. Simboliza o poder da palavra de Deus, de fazer tremer os pecadores que pescam na terra tudo quanto encontram.
Quatro – olhos: Tem dois pares de olhos, uns para cima e outros para baixo. Simboliza o dever dos cristãos em tirar os olhos da vaidade terrena, olhando para o céu sem esquecer o inferno.
Todos estes louvores que Padre António Vieira faz aos peixes são antíteses aos defeitos dos homens, assim simbolizando os seus vícios.

Seguidamente parte-se para as repreensões aos peixes, primeiramente de carácter geral (Cap. IV) e depois de carácter particular (Cap. V).
No carácter geral, Padre António Vieira acusa os peixes de se comerem uns aos outros, recorrendo a um exemplo dos homens para explicar o que eles faziam. Assim, os homens praticam antropofagia social, ou seja exploração uns dos outros. O orador faz uma comparação entre a antropofagia ritual dos Tapuias (índios brasileiros) e a antropofagia social dos homens, considerando esta ultima mais grave que a anterior, porque muitas vezes procuram tanto a exploração que nem os mortos escapam. O mais grave de tudo é que são os grandes que comem os pequenos, ou seja são precisos muitos pequenos para alimentar um grande. Acusa-os igualmente de cegueira, vaidade e de terem a maldade.
Estas repreensões são feitas com o objectivo de mudarem os homens, ou pelo menos fazê-los pensar, mesmo que não haja uma mudança rápida.
Aqui, há também um exemplo prático de Sto António que nunca praticou antropofagia social e que trocou a riqueza pela simpleza.

De carácter particular, Padre António Vieira usa quatro exemplos de peixes que se referem a tipos comportamentais. O roncador que simboliza os arrogantes, o pegador, que simboliza os oportunistas, o voador, que simboliza os ambiciosos e o pior de todos, o polvo, que simboliza o traidor e o hipócrita. Este último, tem uma aparência de santo e manso e um ar inofensivo, mas na essência é traiçoeiro e maldoso, é hipócrita e faz-se de amigo dos outros e no fim “abraça-os”. Neste capítulo são usados os exemplos de São Pedro, Sto Ambrósio, São Basílio e o Gigante Golias.

Por fim, a despedida, no capitulo VI, onde o orador retoma os pregadores de que falava no conceito predicável, servindo-se dele próprio como exemplo alegando que não estava a cumprir a sua função. Alega também que ele (homens) e os peixes, nunca vão chegar ao sacrifício final, uma vez que os peixes já vão mortos e os homens vão mortos de espírito. Padre António Vieira diz que a irracionalidade, a inconsciência e o instinto dos peixes, são melhores do que a racionalidade, o livre arbítrio, a consciência, o entendimento e a vontade do homem.

Conclui-se assim, fazendo um apelo aos ouvintes e louvando-se a Deus, tornando esta última parte do sermão um pouco mais familiar, para que se estabeleça de novo a proximidade entre os ouvintes e o orador.
Este sermão teve como ouvintes os colonos do Maranhão e tem grande coesão e coerência textual graças á utilização de recursos estilísticos, articuladores do discurso e argumentos de autoridade e analógicos para validar e confirmar os testemunhos narrados. Todo o sermão é alegórico, uma vez que são utilizados os peixes como figuras concretas para a crítica aos homens.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Curiosidades - Padre António Vieira



Titulos para entrar no céu

V. a nota do trecho A tristeza-Definições e allegorias
Sermões, 5.º vol. 1855.

Lá no céu não se pergunta se veem dos godos,
oomo em Hespanha; ou dos Horbões, como em França;
oudos austriacos, como em Allemanha; mas se veem
ou não veem da grande tribulação. Se não veem da
grande tribulação, ainda que sejam reis ou imperado-
res, não lhes abre S. Pedro as portas do céu; mas se
veem da grande tribulação, ainda que sejam vís, ainda
que sejam escravos, ainda que sejam os mais pobres
miseraveis do mundo, ainda que se lhes não saiba
o appellido, nem o nome, todos teem as portas e en-
tradas do céu francas e abertas, porque assim o diz
a lei universal, que a todos comprehende e a ninguem
exceptua: Per multas tribulationes oportet nos intrare
in regnum Dei.


Trechos Selectos
do
Padre Antonio VieiraPublicação commemorativa do bi-centenario da sua morte
Lisboa
Typographia Minerva Central1897