quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Sermão de Santo António aos Peixes


Capítulo I

Exórdio ou Introdução: exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender.
Conceito Predicável: texto bíblico que serve de tema e que irá ser desenvolvido de acordo com a intenção e o objectivo do autor "Vos estis sal terrae".
Invocação: pedido de auxílio divino .
As simetrias evidenciam e são um exemplo da estruturação do sermão um exercício mental da grande lógica, que permitem aos ouvintes atingirem mais facilmente o objectivo da mensagem nas respostas à justificação do facto de a terra estar corrompida e na resposta ao que se há-de fazer ao sal que não salga e à terra que se não deixa salgar.
Para atingir a inteligência dos ouvintes, o orador usa argumentos lógicos, sucessivas interrogações retóricas e a autoridade dos exemplos de Cristo, Santo António e da Bíblia. Para atingir o coração dos ouvintes, usa interjeições e exclamações.
Ao relatar o que fez Santo António quando foi perseguido em Arimino usa frases curtas (Deixa as praças, vai-se às praias…), ritmo binário, anáforas, enumeração.
É evidente que os tipos de frase têm relação directa com a entoação. A frase interrogativa termina num tom mais alto, a declarativa num tom mais baixo, etc.
O titulo do Sermão foi retirado do milagre ou lenda que se conta a respeito de Santo António. Este terá sido mal recebido numa pregação em Arimino, mesmo perseguido, e ter-se-á dirigido à praia e pregado o sermão aos peixes que o terão escutado atentamente, contrastando com os homens.
O pregador invocou Nossa Senhora porque era habitual fazê-lo e ainda porque o nome Maria quer dizer Senhora do mar; os ouvintes do sermão eram pescadores que A invocavam na faina da pesca.

Capítulo II

O sermão é uma alegoria porque os peixes são metáfora dos homens, as suas virtudes são por contraste metáfora dos defeitos dos homens e os seus vícios são directamente metáfora dos vícios dos homens. 0 pregador fala aos peixes, mas quem escuta são os homens.
Os peixes ouvem e não falam. Os homens falam muito e ouvem pouco.
O pregador argumenta de forma muito lógica. Partindo de duas propriedades do sal, divide o sermão em duas partes: o sal conserva o são, o pregador louva as virtudes dos peixes; o sal preserva da corrupção, o pregador repreende os vícios dos peixes. Para que fique claro que todo o sermão é uma alegoria, o pregador refere frequentemente os homens. Utiliza articuladores do discurso (assim, pois…), interrogações retóricas, anáforas, gradações crescentes, antíteses, etc. Demonstra as afirmações que faz tirando partido do contraste entre o bem e o mal, referindo palavras de S. Basílio, de Cristo, de Moisés, de Aristóteles e de St. Ambrósio, todas referidas aos louvores dos peixes. Confirma-as com vários exemplos: o dilúvio, o de Santo António, o de Jonas e o dos animais que se domesticam.


Virtudes que dependem sobretudo de Deus
             Virtudes naturais dos peixes
• foram as primeiras criaturas criadas por Deus
• não se domam.
• foram as primeiras criaturas nomeadas pelo homem
• não se domesticam.
• são os mais numerosos e os maiores
• escaparam todos do dilúvio porque não tinham pecado
• obediência, quietação, atenção, respeito e devoção com que ouviram a pregação de Santo António



Evidencia-se que os animais que convivem com os homens foram castigados, estão domados e domesticados, sem liberdade.


Animais que se domesticam        Animais que vivem presos
cavalo, boi, bugio, leões, tigres, aves que se criam e vivem com os homens, papagaio, rouxinol, açor, aves de rapina  rouxinol, papagaio, açor, bugio, cão,     boi, cavalo, tigres e leões

 O discurso é pregado; por isso, envolve toda a pessoa do orador. Os gestos, a mímica, a posição do corpo - a linguagem não verbal - têm um lugar importante porque completam a mensagem transmitida.

Alguns Recursos de Estilo

·     A antítese Céu/lnferno, que repete semanticamente a antítese bem/mal, está ligada quer à divisão do Sermão em duas partes, quer às duas finalidades globais do mesmo.
·         A apóstrofe refere directamente o destinatário da mensagem e do pregador, aproximando os dois pólos da comunicação: emissor e receptor.
·         A interrogação retórica como meio de convencer os ouvintes.
·         A personificação dos peixes associada à apóstrofe e às atitudes dos mesmos.
·         A gradação crescente na enumeração dos animais que vivem próximos dos homens mas presos.
·         A comparação, "como peixes na água", tem o carácter de um provérbio que significa viver livremente.


Capítulo III


Peixe de Tobias
Rémora
Torpedo
Quatro-Olhos
Efeitos
• sarou a cegueira do pai de Tobias
 • pega-se ao leme de uma nau
• faz tremer o braço do pescador
• defende-se dos peixes
• lançou fora os demónios
• prende a nau e amarra-a
• não permite pescar
• defende-se das aves
Comparação
Peixe de Tobias
Rémora
Torpedo
Quatro-Olhos
Santo António
Santo António
Santo António
o pregador
• alumiava e curava as cegueiras dos ouvintes
A língua de S. António domou a fúria das paixões humanas: Soberba, Vingança, Cobiça, Sensualidade
• 22 pescadores tremeram ouvindo as palavras de Santo António e converteram-se
• o peixe ensinou o pregador a olhar para o Céu (para cima) e para o Inferno (para baixo)
• lançava os demónios fora de casa

 O pregador usa o imperativo verbal, a repetição anafórica, a exclamação, a apóstrofe, a leve ironia ("Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não prego a vós, prego aos peixes!").
A língua de Santo António teve a força de dominar as paixões humanas, guiando a razão pelos caminhos do bem; foi o freio do cavalo porque impediu tantas pessoas de caírem nas mais variadas desgraças.
Santo António foi muito humilde, aceitando sem revolta o abandono a que foi votado por todos, ele que conhecia a sua sabedoria. O pregador pretende condenar os homens que possuem vícios opostos às virtudes dos peixes.
Recursos estilísticos:
Anáforas: Ah homens… Ah moradores… Quantos, correndo… Quantos, embarcados… Quantos, navegando… Quantos na nau… A interjeição visa atingir o coração dos ouvintes; a repetição do pronome indefinido realiza uma enumeração.
Gradações: Nau Soberba, Nau Vingança, Nau Cobiça, Nau Sensualidade; "passa a virtude do peixezinho, da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador." O sentido é sempre uma intensificação para mais ou para menos.
Antíteses: mar/terra, para cima/para baixo, Céu/Inferno. Palavras de sentido oposto indicam as duas direcções do sermão: peixes - homens, bem - mal.
Comparações: "… parecia um retrato maritimo de Santo António"; o peixe de Tobias, com um burel e uma corda, era uma espécie de Santo António do mar: as suas virtudes eram como as de Santo António. "… unidos como os dois vidros de um relógio de areia,": o peixe Quatro-Olhos possuía grande visão e precisão.
Metáforas: "… águias, que são os linces do ar; os linces, que são as águias da terra": sentido de rapidez e de visão excepcional.

Vocabulário essencial:




• substantivos
• velas, vento
• artilharia, bota-fogos
• gáveas
• cerração
• adjectivos
• inchadas
• abocada, acesos
• sobrecarregada, aberta
• enganados
• verbos
• desfazer, rebentavam
• corriam, queimariam
• incapaz de fugir
• perder
  • Efeitos do poder da língua de S. António
  • mão no leme
a sua língua detém a fúria
a sua língua detêm a cobiça
a sua língua contêm-nos
  • Finalidade das interrogações
  • Convencer os ouvintes



 

Capítulo IV

Para comprovar a tese de que os homens se comem uns aos outros, o orador usa uma lógica implacável, apelando para os conhecimentos dos ouvintes e dando exemplos concretos. Os seus ouvintes sabiam a verdade do que ele afirmava, pois conheciam que os peixes se comem uns aos outros, os maiores comem os mais pequenos. Além disso, cita frequentemente a Sagrada Escritura, em que se apoia. Lendo hoje este capitulo, assim como todo o Sermão, não se pode ficar indiferente à lógica da argumentação.
As conclusões são implacáveis, pois são fruto claríssimo dos argumentos usados.
O ritmo é variado: lento, rápido e muito rápido. Quando as frases são longas, o ritmo é repousado; quando as frases são curtas, quando se usam sucessivas anáforas nessas frases, o ritmo torna-se vivo, como acontece no exemplo do defunto e do réu. O discurso deste sermão, como doutros, é semelhante ao ondular das águas do mar: revoltas e vivas, espraiam-se depois pela areia como que espreguiçando-se. Uma das características maravilhosas do discurso de Vieira é a mudança de ritmo, que prende facilmente os ouvintes.
A repetição da forma verbal "vedes", que deverá ser acompanhada de um gesto expressivo, serve para criar na mente dos ouvintes (e dos leitores) um forte visualismo do espectáculo descrito.
O uso dos deícticos demonstrativos tem por objectivo localizar os actos referidos, levando os ouvintes a revê-los nos espaços onde acontecem. A substantivação do infinitivo verbal está também ao serviço do visualismo. O verbo deixa de indicar acção limitada para se transformar numa situação alargada.
Há uma passagem semelhante no momento em que o orador refere a necessidade de o bem comum prevalecer sobre o apetite particular: "Não vedes que contra vós se emalham…".
O orador expõe a repreensão e depois comprova-a como fez com a primeira repreensão: dá o exemplo dos peixes que caem tão facilmente no engodo da isca, passa em seguida para o exemplo dos homens que enganam facilmente os indígenas e para a facilidade com que estes se deixam enganar. A crítica à exploração dos negros é cerrada e implacável. Conclui, respondendo à interrogação que fez, afirmando que os peixes são muito cegos e ignorantes e apresenta, em contraste, o exemplo de Santo António, que nunca se deixou enganar pela vaidade do mundo, fazendo-se pobre e simples, e assim pescou muitos para salvação.

Capítulo V

Peixes

Defeitos

Argumentos

Exemplos de homens

Os Roncadores

soberba

pequenos mas muita língua; facilmente pescados

Pedro

orgulho

os peixes grandes têm pouca língua

Golias

 

muita arrogância, pouca firmeza

Caifás

 

 

Pilatos

Os Pegadores

parasitismo

vivem na dependência dos grandes, morrem com eles

Toda a família da corte de Herodes

os grandes morrem porque comeram, os pequenos morrem sem terem comido

Adão e Eva

Os Voadores

presunção

foram criados peixes e não aves

Simão mago

ambição

são pescados como peixes e caçados como aves

 

morrem queimados

O Polvo

traição

ataca sempre de emboscada porque se disfarça

Judas

Comparação entre os peixes e Santo António

Peixes
Santo António
Os Roncadores: soberbos e orgulhosos, facilmente pescados
tendo tanto saber e tanto poder, não se orgulhou disso, antes se calou. Não foi abatido, mas a sua voz ficou para sempre
Os Pegadores: parasitas, aduladores, pescados com os grandes
pegou-se com Cristo a Deus e tornou-se imortal
Os Voadores: ambiciosos e presunçosos
tnha duas asas: a sabedoria natural e a sabedoria sobrenatural. Não as usou por ambição; foi considerado leigo e sem ciência, mas tornou-se sábio para sempre
O Polvo: traidor
Foi o maior exemplo da candura, da sinceridade e verdade, onde nunca houve mentira

Episódio do Polvo

Divisão em partes:

  • Introdução: a aparência do polvo "O polvo… mansidão" (ll.177-179).
  • Desenvolvimento: a realidade "E debaixo… pedra" (ll.179-187).
  • Conclusão: a consequência "E daqui… fá-lo prisioneiro" (ll.187-189).
  • Comparação: "Fizera… traidor" (ll.190-196).
A expressão "aparência tão modesta" traduz a aparente simplicidade e inocência do polvo, que encobre uma terrível realidade. O orador usa a ironia. A expressão "hipocrisia tão santa" contém em si um paradoxo: a hipocrisia nunca é santa; de novo, o orador usa uma fina e penetrante ironia: o polvo apresenta um ar de santo, mas encobre uma cruel realidade. Tem a máscara (que é o que quer dizer em grego hipócrita), o fingimento de inofensivo.
O mimetismo é o que o polvo usa para enganar: faz-se da cor do local ou dos objectos onde se instala.
No camaleão, o mimetismo é um artifício de defesa contra os agressores, no polvo é um artifício para atacar os peixes desacautelados.
O orador refere a lenda de Proteu para contrapor o mito à realidade: Proteu metamorfoseava-se para se defender de quem o perseguia; o polvo, ao contrário, usa essa qualidade para atacar.
Os deícticos demonstrativos implicam a linguagem gestual e têm por intenção criar o visualismo na mente dos ouvintes (leitores). A anáfora, repetição da mesma palavra em início de frase, insiste no mesmo visualismo.
Os verbos que se referem ao polvo estão no presente do indicativo, traduzindo uma realidade permanente e imutável; a forma "vai passando" gerúndio perifrástico, acentua a forma despreocupada dos outros peixes que lentamente passam pelo local onde se encontra o traidor; os verbos que se referem a Judas estão no pretérito perfeito do indicativo porque referem acções do passado. Há ainda o imperativo "Vê", que traduz uma interpelação directa ao polvo, tornando o discurso mais vivo.
O polvo nunca ataca frontalmente, mas sempre à traição: primeiro, cria um engano, que consiste em fazer-se das cores onde se encontra; depois, ataca os inocentes.
O texto deste capítulo segue a variedade de ritmos dos outros capítulos e apresenta os mesmos recursos para conseguir tal objectivo. Basta atentar no parágrafo que começa por "Rodeia a nau o tubarão… " e no texto referente ao polvo.
Elemento comum entre Judas e o polvo: a traição. Ambos foram vítimas deste defeito.
Elementos diferentes entre Judas e o polvo: Judas apenas abraçou Cristo, outros o prenderam; o polvo abraça e prende. Judas atraiçoou Cristo à luz das lanternas; o polvo escurece-se, roubando a luz para que os outros peixes não vejam as suas cores. A traição de Judas é de grau inferior à do polvo.

 

Animais/Peixes
Peixes
Homens
foram escolhidos para os sacrifícios

estes podiam ir vivos para os sacrifícios

ofereçam a Deus o ser sacrificado

ofereçam a Deus o sangue e a vida
não foram escolhidos para os sacrifícios

só poderiam ir mortos. Deus não quer que Lhe ofereçam coisa morta

ofereçam a Deus não ser sacrificados

ofereçam a Deus o respeito e a obediência
os homens também chegam mortos ao altar porque vão em pecado mortal. Assim, Deus não os quer.

 

 

Capítulo VI

Peroração: conclusão com a utilização de um desfecho forte, capaz de impressionar o auditório e levá-lo a pôr em prática os ensinamentos do pregador.
O orador quer que os homens imitem os peixes, isto é, guardem respeito e obediência a Deus. Numa palavra, pretende que os homens se convertam (metanóia).
As interrogações têm por objectivo atingirem preferencialmente a inteligência, enquanto as exclamações visam mais o sentimento dos ouvintes. As repetições põem em realce o paralelismo entre o orador e os peixes; as gradações intensificam um sentido.
A repetição do som /ai/ (11 vezes) cria uma atmosfera sonora cada vez mais intensa e optimista; a repetição das palavras "Louvai" e "Deus" apontam para a finalidade global do sermão: o louvor de Deus, que todos devem prestar. O verbo no imperativo realiza a função apelativa da linguagem: depois de ter inventariado os louvores e os defeitos dos peixes/homens, não poderia deixar de apelar aos ouvintes para que louvem a Deus. A escolha do hino Benedicite cumpre fielmente esse objectivo, encerrando o Sermão com um tom festivo, adequado à comemoração de Santo António, cuja festa se celebrava. A palavra Ámen significa "Assim seja", "que todos louvem a Deus". O quiasmo realizado na colocação em ordem inversa das palavras glória e graça sugere a transposição dos peixes para os homens: já que os peixes não são capazes de nenhuma dessas virtudes, sejam-no os homens. Sugere também uma mudança: a conversão (metanóia), porque só em graça os homens podem dar glória a Deus.

Curiosidades - Padre António Vieira



Titulos para entrar no céu

V. a nota do trecho A tristeza-Definições e allegorias
Sermões, 5.º vol. 1855.

Lá no céu não se pergunta se veem dos godos,
oomo em Hespanha; ou dos Horbões, como em França;
oudos austriacos, como em Allemanha; mas se veem
ou não veem da grande tribulação. Se não veem da
grande tribulação, ainda que sejam reis ou imperado-
res, não lhes abre S. Pedro as portas do céu; mas se
veem da grande tribulação, ainda que sejam vís, ainda
que sejam escravos, ainda que sejam os mais pobres
miseraveis do mundo, ainda que se lhes não saiba
o appellido, nem o nome, todos teem as portas e en-
tradas do céu francas e abertas, porque assim o diz
a lei universal, que a todos comprehende e a ninguem
exceptua: Per multas tribulationes oportet nos intrare
in regnum Dei.


Trechos Selectos
do
Padre Antonio VieiraPublicação commemorativa do bi-centenario da sua morte
Lisboa
Typographia Minerva Central1897

domingo, 23 de setembro de 2012

Questões a que deves conseguir responder depois de ler o Frei Luís de Sousa

1ºACTO

Cena 1


  1. O monólogo pode dividir-se em duas partes correspondendo cada uma a dois elementos duma comparação entre Inês de Castro e Madalena.
1.1. Que episódio de Os Lusíadas está a ler Madalena e em que canto se situa?
1.2. Onde termina, na fala de Madalena, a 1ª parte?
1.3. Que palavra marca a oposição entre os dois elementos comparados?

     2. Madalena está só. mas em espírito tem presentes duas pessoas.
2.1. A quem se refere quando diz "que o não saiba ele ao menos"?

Sabes tudo sobre os Maias? Consegues responder?


1. A primeira edição d'Os Maias sai em:
    
2. Uma destas obras não foi escrita por Eça de Queirós.
    A cidade e As Serras
    Memorial do Convento
    O Crime do Padre Amaro
    O Primo Basílio
3. Eça de Queirós pertenceu à chamada "Geração de 70".
    Verdadeiro
    Falso
4. Em 1871, ao participar no ciclo das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, Eça repudia abertamente a ideia da arte pela arte.
    Verdadeiro
    Falso
5. A acção d' Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade dos séc. XX.
    Verdadeiro
    Falso
6. O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega, que lhe diz: - "falhamos a vida, menino!".
    Verdadeiro
    Falso
7. Vários são os episódios utilizados pelo autor para mostrar a vida da alta sociedade lisboeta. Destaca os mais importantes:
    Jantar do Hotel Central
    Nascimento de Pedro
    Corrida de Cavalos
    Jantar dos Gouvarinho
8. A mensagem que o autor pretende deixar com esta obra, tem uma intenção iminentemente É através do paralelo entre duas personagens - Pedro e Carlos da Maia, que Eça concretiza a sua intenção.
9. O quintal do Ramalhete, também sofre uma evolução. No primeiro capítulo a está seca porque o tempo da acção d' Os Maias ainda não começou. No último capítulo, o fio de água da cascata é símbolo da eterna melancolia do tempo que passa.
10. As personagens intervenientes na acção d' Os Maias são cerca de 60. Cingimo-nos portanto, às personagens principais. Indica qual é a personagem que não é central no romance.
    Afonso da Maia
    Ega
    Carlos da Maia
    Pedro da Maia
11. As personagens tipo são: João da Ega; Alencar; Conde de Gouvarinho; Condessa de Gouvarinho; Craft; Cruges; Dâmaso Salcede; Eusebiozinho e Sr Guimarães.
12. A acção principal d' Os Maias, desenvolve-se segundo os moldes da clássica - peripécia, reconhecimento e catástrofe. A peripécia verificou-se com o encontro casual de Maria Eduarda com Guimarães;
13. Indica os três tipos de espaço em Os Maias.
    
14. O espaço social comporta os ambientes (jantares, chás, soirés, bailes, espectáculos), onde actuam as personagens que o narrador julgou melhor representarem a sociedade por ele criticada - as classes dirigentes, a alta e a burguesia. Destac
15. Os Maias distinguem-se no quadro da literatura nacional não só, pela originalidade do tema mas também, pela destreza e mestria com que o autor conta o romance. De facto, tanto a crítica social, como a intriga são valorizadas.
16. Realismo é uma reacção contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do . O Realismo é anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houver de mau na nossa sociedade».
17. Este romance não apresenta um seguimento temporal linear, mas, pelo contrário, uma estrutura complexa na qual se integram vários "tipos" de tempos: tempo , tempo do discurso e tempo psicológico.
18. O tempo psicológico é o tempo que a personagem assume ; é o tempo filtrado pelas suas vivências subjectivas, muitas vezes carregado de densidade dramática.
19. Em síntese, a obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda.
20. é o espaço privilegiado do romance, onde decorre praticamente toda a vida de Carlos ao longo da acção. O carácter central de Lisboa deve-se ao facto de esta cidade, concentrar, dirigir e simbolizar toda a vida do país.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ficha sobre Conhecimento explícito da Língua - 12º ano



Ficha de escolha múltipla com a correção no final

“(…) se o Guadiana foi já cenário [de] (…) disputas bélicas, também foi testemunha de uniões bucólicas entre Portugal e Espanha. Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório régio, certo e sabido que o ponto de encontro era na fronteira, perto da confluência entre o rio Caia e o Guadiana. Por regra, as comitivas de entrega e receção encontravam-se à beira deste rio e a infanta, espanhola ou portuguesa, ficava então em posse do nobre que a levaria. O seu protocolo foi alterado no início de 1728, quando os dois países se quiseram unir em duplos laços matrimoniais, num evento que ficou conhecido pela “troca das princesas”. Com efeito, em vez de se enviar a infanta portuguesa para Madrid, de modo a casar com o futuro rei espanhol Fernando VI, e receber em Lisboa a princesa castelhana para desposar o futuro rei D. José, fez-se o casório em Caia, com o Guadiana e numerosa comitiva a assistir. E com pompa e circunstância além de muito dinheiro gasto. De facto, para se celebrar os casamentos, fizeram-se dois palácios em madeira, em ambas as margens, concebidos pelos mais distintos arquitetos de cada país. No caso de Portugal, foram incumbidos desta tarefa o bávaro João Frederico Ludovice, arquiteto do convento de Mafra, e pelo romano António Canevari, o primeiro diretor das obras do aqueduto das Águas Livres, na região de Lisboa. Haveriam de se desentender e foram substituídos por um engenheiro militar português.”
In Visão, Suplemento “Guia dos rios e barragens”, nº1

1. As palavras “desposório”, “matrimoniais” e “casamento” são palavras
a. derivadas por parassíntese.
b. derivadas por prefixação.
c. derivadas por sufixação.
d. derivadas por prefixação e sufixação.

2. Na palavra “arquiteto”, o elemento inicial tem o significado de
a. antigo.
b. chefia.
c. em volta de.
d. excesso.

3. Qual das palavras que se seguem não é derivada?
a. desentender.
b. engenheiro.
c. comitiva.
d. casório.

4. No enunciado “O seu protocolo foi alterado no início de 1728, quando os dois países se quiseram unir em duplos laços matrimoniais, num evento que ficou conhecido pela “troca das princesas”.” “que” é
a. um pronome relativo.
b. uma conjunção subordinativa causal.
c. um pronome interrogativo.
d. uma conjunção subordinativa consecutiva.

5. No que concerne ao excerto “No caso de Portugal, foram incumbidos desta tarefa o bávaro João Frederico Ludovice, arquiteto do convento de Mafra, e pelo romano António Canevari”, assinala a frase que está correta:
a. Esta frase encontra-se na voz ativa.
b. A frase contém um modificador apositivo.
c. A palavra “bávaro” significa “relativo à Bavária”.
d. Neste enunciado existe uma contração.

6. Em “ficava então em posse do nobre que a levaria”, as palavras são, respetivamente:
a. verbo-conjunção-conjunção-verbo-preposição-adjetivo-conjunção-determinante-verbo
b. verbo-advérbio-preposição-nome-preposição-adjetivo-pronome-pronome-verbo
c. verbo-conjunção-preposição-nome- preposição-nome-pronome-pronome-verbo
d. verbo-advérbio.-preposição-nome-preposição-nome-pronome-pronome-verbo

7. Em “O seu protocolo foi alterado no início de 1728”, o complexo verbal destacado é constituído por:
a. verbo auxiliar da passiva + verbo principal.
b. verbo auxiliar temporal + verbo principal.
c. verbo auxiliar aspetual + verbo principal.
d. verbo auxiliar dos tempos compostos + verbo principal.

8. Em “Haveriam de se desentender”, a palavra “se” é
a. uma conjunção subordinativa condicional.
b. uma conjunção subordinativa completiva.
c. um pronome pessoal reflexo.
d. um pronome pessoal recíproco.

9. Em “se o Guadiana foi já cenário [de] (…) disputas bélicas”, a palavra “se” é
a. uma conjunção subordinativa condicional.
b. uma conjunção subordinativa completiva.
c. um pronome pessoal reflexo.
d. um pronome pessoal recíproco.

10. Em “fez-se o casório em Caia”, a palavra “se” tem um valor
a. inerente.
b. passivo.
c. recíproco.
d. impessoal.


11. Atenta na frase “De facto, para se celebrar os casamentos, fizeram-se dois palácios em madeira, em ambas as margens, concebidos pelos mais distintos arquitetos de cada país.”. A oração sublinhada é
a. a oração subordinante.
b. subordinada adverbial concessiva.
c. subordinada adjetiva restritiva.
d. subordinada adverbial final.

12. De entre os enunciados que se seguem, assinala a alínea onde encontras uma oração subordinada adverbial final.
a. “Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório régio, certo e sabido que o porto o ponto de encontro era na fronteira, perto da confluência entre o rio Caia e o Guadiana.”
b. “Por regra, as comitivas de entrega e receção encontravam-se à beira deste rio e a infanta, espanhola ou portuguesa, ficava então em posse do nobre que a levaria.”
c. “Com efeito, em vez de se enviar a infanta portuguesa para Madrid, de modo a casar com o futuro rei espanhol Fernando VI, e receber em Lisboa a princesa”
d. “E com pompa e circunstância além de muito dinheiro gasto.”

13. Na frase “Por regra, as comitivas de entrega e receção encontravam-se à beira deste rio e a infanta, espanhola ou portuguesa, ficava então em posse do nobre que a levaria.”, a oração destacada é
a. subordinada adverbial concessiva.
b. subordinada adjetiva restritiva.
c. subordinada substantiva completiva.
d. subordinada substantiva relativa sem antecedente.

14. Na mesma frase, temos três sujeitos. Assinala a opção certa.
a. O primeiro é composto e os outros simples.
b. Todos são sujeitos simples..
c. O primeiro é nulo subentendido, o segundo é nulo indeterminado e o último composto.
d. O primeiro é composto, o segundo é nulo expletivo e o terceiro é simples.

15. Em “Sempre que os dois reinos decidiam algum desposório régio, certo e sabido que o ponto de encontro era na fronteira”, a oração destacada é
a. subordinada substantiva completiva.
b. subordinada substantiva relativa sem antecedente.
c. subordinada adjetiva relativa restritiva.
d. subordinada adjetiva relativa explicativa.

16. “de modo a casar com o futuro rei espanhol” - o verbo “casar” pede
a. um complemento direto.
b. um complemento oblíquo.
c. um complemento do nome.
d. um modificador do grupo verbal.

17. Qual é a função sintática exercida pelo grupo de palavras sublinhadas em “Haveriam de se desentender e foram substituídos por um engenheiro militar português.”?
a. Complemento direto.
b. Sujeito.
c. Complemento oblíquo.
d. Complemento agente da passiva.

18. O conector “com efeito”, usado no texto, serve para
a. dar uma opinião.
b. confirmar uma ideia.
c. exemplificar.
d. indicar uma consequência.

19. Que outro conector, também usado neste texto, tem o mesmo valor que “com efeito”?
a. No caso de
b. Sempre que
c. de facto.
d. além de

20. Quanto à sua tipologia, este é um texto
a. argumentativo.
b. narrativo.
c. descritivo.
d. instrucional.

Soluções:

1.c
2.b
3.c
4.a
5.b
6.d
7.a
8.d
9.a
10.d
11.d
12.c
13.b
14.a
15.a
16.b
17.d
18.b
19.c
20.b

ATENÇÃO AOS USO DOS PRETÉRITOS!!!!

Completa as frases com os verbos entre parêntesis nos Pretéritos Perfeito, Imperfeito ou Mais-que-Perfeito (se assim desejares, imprime o exercício, ou copia as respostas, e entrega ao teu Professor de Língua Portuguesa para que este o corrija):

Repara que:
O Pretérito Perfeito usa-se quando a acção, de carácter passado, já terminou (Ex: Ela contou uma história às crianças.);
O Pretérito Imperfeito usa-se quando a acção, apesar de passada, se prolongou no tempo (Ex: Quando era mais nova via televisão até de madrugada.);
O Pretérito Mais-que-Perfeito usa-se quando a acção é anterior a outra (ou outras) acções, igualmente passadas (Ex: Quando o condutor se apercebeu (verbo no Pretérito Perfeito) do perigo, já batera no carro da frente.)

1. Quando o despertador _______ (tocar) eu já me _________ (levantar) há 10 minutos.

2. Antigamente ________ (chover) mais no Outono.

3. A Joana _________ (telefonar) à prima para saber se esta _______ (dar) o recado à mãe.

4. Os alunos _________ (estudar) pouco para os testes.

5. A Margarida _________ (jogar) voleibol às terças-feiras quando ainda _______ (morar) no Porto.

6. O pai _________ (zangar-se) sempre que _______ (ligar) a televisão à hora do jantar.

7. O Rui já ________ (ganhar) o totoloto há duas semanas quando a namorada _________ (saber).

8. O Director de Turma __________ (repreender) o Luís porque este ______ (ser) malcriado com a professora de Ciências no dia anterior.

9. Porque é que tu ________ (sair) tão cedo de casa?

10. Vós não _______ (compreender) a matéria sobre os átomos que a professora _______ (explicar) na aula anterior.

11. Quando eu ________ (ser) uma criança, _______ (correr) feliz pelo jardim.

12. No Verão passado, o sol ________ (brilhar) pouco.