quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Sermão de Santo António aos Peixes


Capítulo I

Exórdio ou Introdução: exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender.
Conceito Predicável: texto bíblico que serve de tema e que irá ser desenvolvido de acordo com a intenção e o objectivo do autor "Vos estis sal terrae".
Invocação: pedido de auxílio divino .
As simetrias evidenciam e são um exemplo da estruturação do sermão um exercício mental da grande lógica, que permitem aos ouvintes atingirem mais facilmente o objectivo da mensagem nas respostas à justificação do facto de a terra estar corrompida e na resposta ao que se há-de fazer ao sal que não salga e à terra que se não deixa salgar.
Para atingir a inteligência dos ouvintes, o orador usa argumentos lógicos, sucessivas interrogações retóricas e a autoridade dos exemplos de Cristo, Santo António e da Bíblia. Para atingir o coração dos ouvintes, usa interjeições e exclamações.
Ao relatar o que fez Santo António quando foi perseguido em Arimino usa frases curtas (Deixa as praças, vai-se às praias…), ritmo binário, anáforas, enumeração.
É evidente que os tipos de frase têm relação directa com a entoação. A frase interrogativa termina num tom mais alto, a declarativa num tom mais baixo, etc.
O titulo do Sermão foi retirado do milagre ou lenda que se conta a respeito de Santo António. Este terá sido mal recebido numa pregação em Arimino, mesmo perseguido, e ter-se-á dirigido à praia e pregado o sermão aos peixes que o terão escutado atentamente, contrastando com os homens.
O pregador invocou Nossa Senhora porque era habitual fazê-lo e ainda porque o nome Maria quer dizer Senhora do mar; os ouvintes do sermão eram pescadores que A invocavam na faina da pesca.

Capítulo II

O sermão é uma alegoria porque os peixes são metáfora dos homens, as suas virtudes são por contraste metáfora dos defeitos dos homens e os seus vícios são directamente metáfora dos vícios dos homens. 0 pregador fala aos peixes, mas quem escuta são os homens.
Os peixes ouvem e não falam. Os homens falam muito e ouvem pouco.
O pregador argumenta de forma muito lógica. Partindo de duas propriedades do sal, divide o sermão em duas partes: o sal conserva o são, o pregador louva as virtudes dos peixes; o sal preserva da corrupção, o pregador repreende os vícios dos peixes. Para que fique claro que todo o sermão é uma alegoria, o pregador refere frequentemente os homens. Utiliza articuladores do discurso (assim, pois…), interrogações retóricas, anáforas, gradações crescentes, antíteses, etc. Demonstra as afirmações que faz tirando partido do contraste entre o bem e o mal, referindo palavras de S. Basílio, de Cristo, de Moisés, de Aristóteles e de St. Ambrósio, todas referidas aos louvores dos peixes. Confirma-as com vários exemplos: o dilúvio, o de Santo António, o de Jonas e o dos animais que se domesticam.


Virtudes que dependem sobretudo de Deus
             Virtudes naturais dos peixes
• foram as primeiras criaturas criadas por Deus
• não se domam.
• foram as primeiras criaturas nomeadas pelo homem
• não se domesticam.
• são os mais numerosos e os maiores
• escaparam todos do dilúvio porque não tinham pecado
• obediência, quietação, atenção, respeito e devoção com que ouviram a pregação de Santo António



Evidencia-se que os animais que convivem com os homens foram castigados, estão domados e domesticados, sem liberdade.


Animais que se domesticam        Animais que vivem presos
cavalo, boi, bugio, leões, tigres, aves que se criam e vivem com os homens, papagaio, rouxinol, açor, aves de rapina  rouxinol, papagaio, açor, bugio, cão,     boi, cavalo, tigres e leões

 O discurso é pregado; por isso, envolve toda a pessoa do orador. Os gestos, a mímica, a posição do corpo - a linguagem não verbal - têm um lugar importante porque completam a mensagem transmitida.

Alguns Recursos de Estilo

·     A antítese Céu/lnferno, que repete semanticamente a antítese bem/mal, está ligada quer à divisão do Sermão em duas partes, quer às duas finalidades globais do mesmo.
·         A apóstrofe refere directamente o destinatário da mensagem e do pregador, aproximando os dois pólos da comunicação: emissor e receptor.
·         A interrogação retórica como meio de convencer os ouvintes.
·         A personificação dos peixes associada à apóstrofe e às atitudes dos mesmos.
·         A gradação crescente na enumeração dos animais que vivem próximos dos homens mas presos.
·         A comparação, "como peixes na água", tem o carácter de um provérbio que significa viver livremente.


Capítulo III


Peixe de Tobias
Rémora
Torpedo
Quatro-Olhos
Efeitos
• sarou a cegueira do pai de Tobias
 • pega-se ao leme de uma nau
• faz tremer o braço do pescador
• defende-se dos peixes
• lançou fora os demónios
• prende a nau e amarra-a
• não permite pescar
• defende-se das aves
Comparação
Peixe de Tobias
Rémora
Torpedo
Quatro-Olhos
Santo António
Santo António
Santo António
o pregador
• alumiava e curava as cegueiras dos ouvintes
A língua de S. António domou a fúria das paixões humanas: Soberba, Vingança, Cobiça, Sensualidade
• 22 pescadores tremeram ouvindo as palavras de Santo António e converteram-se
• o peixe ensinou o pregador a olhar para o Céu (para cima) e para o Inferno (para baixo)
• lançava os demónios fora de casa

 O pregador usa o imperativo verbal, a repetição anafórica, a exclamação, a apóstrofe, a leve ironia ("Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não prego a vós, prego aos peixes!").
A língua de Santo António teve a força de dominar as paixões humanas, guiando a razão pelos caminhos do bem; foi o freio do cavalo porque impediu tantas pessoas de caírem nas mais variadas desgraças.
Santo António foi muito humilde, aceitando sem revolta o abandono a que foi votado por todos, ele que conhecia a sua sabedoria. O pregador pretende condenar os homens que possuem vícios opostos às virtudes dos peixes.
Recursos estilísticos:
Anáforas: Ah homens… Ah moradores… Quantos, correndo… Quantos, embarcados… Quantos, navegando… Quantos na nau… A interjeição visa atingir o coração dos ouvintes; a repetição do pronome indefinido realiza uma enumeração.
Gradações: Nau Soberba, Nau Vingança, Nau Cobiça, Nau Sensualidade; "passa a virtude do peixezinho, da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador." O sentido é sempre uma intensificação para mais ou para menos.
Antíteses: mar/terra, para cima/para baixo, Céu/Inferno. Palavras de sentido oposto indicam as duas direcções do sermão: peixes - homens, bem - mal.
Comparações: "… parecia um retrato maritimo de Santo António"; o peixe de Tobias, com um burel e uma corda, era uma espécie de Santo António do mar: as suas virtudes eram como as de Santo António. "… unidos como os dois vidros de um relógio de areia,": o peixe Quatro-Olhos possuía grande visão e precisão.
Metáforas: "… águias, que são os linces do ar; os linces, que são as águias da terra": sentido de rapidez e de visão excepcional.

Vocabulário essencial:




• substantivos
• velas, vento
• artilharia, bota-fogos
• gáveas
• cerração
• adjectivos
• inchadas
• abocada, acesos
• sobrecarregada, aberta
• enganados
• verbos
• desfazer, rebentavam
• corriam, queimariam
• incapaz de fugir
• perder
  • Efeitos do poder da língua de S. António
  • mão no leme
a sua língua detém a fúria
a sua língua detêm a cobiça
a sua língua contêm-nos
  • Finalidade das interrogações
  • Convencer os ouvintes



 

Capítulo IV

Para comprovar a tese de que os homens se comem uns aos outros, o orador usa uma lógica implacável, apelando para os conhecimentos dos ouvintes e dando exemplos concretos. Os seus ouvintes sabiam a verdade do que ele afirmava, pois conheciam que os peixes se comem uns aos outros, os maiores comem os mais pequenos. Além disso, cita frequentemente a Sagrada Escritura, em que se apoia. Lendo hoje este capitulo, assim como todo o Sermão, não se pode ficar indiferente à lógica da argumentação.
As conclusões são implacáveis, pois são fruto claríssimo dos argumentos usados.
O ritmo é variado: lento, rápido e muito rápido. Quando as frases são longas, o ritmo é repousado; quando as frases são curtas, quando se usam sucessivas anáforas nessas frases, o ritmo torna-se vivo, como acontece no exemplo do defunto e do réu. O discurso deste sermão, como doutros, é semelhante ao ondular das águas do mar: revoltas e vivas, espraiam-se depois pela areia como que espreguiçando-se. Uma das características maravilhosas do discurso de Vieira é a mudança de ritmo, que prende facilmente os ouvintes.
A repetição da forma verbal "vedes", que deverá ser acompanhada de um gesto expressivo, serve para criar na mente dos ouvintes (e dos leitores) um forte visualismo do espectáculo descrito.
O uso dos deícticos demonstrativos tem por objectivo localizar os actos referidos, levando os ouvintes a revê-los nos espaços onde acontecem. A substantivação do infinitivo verbal está também ao serviço do visualismo. O verbo deixa de indicar acção limitada para se transformar numa situação alargada.
Há uma passagem semelhante no momento em que o orador refere a necessidade de o bem comum prevalecer sobre o apetite particular: "Não vedes que contra vós se emalham…".
O orador expõe a repreensão e depois comprova-a como fez com a primeira repreensão: dá o exemplo dos peixes que caem tão facilmente no engodo da isca, passa em seguida para o exemplo dos homens que enganam facilmente os indígenas e para a facilidade com que estes se deixam enganar. A crítica à exploração dos negros é cerrada e implacável. Conclui, respondendo à interrogação que fez, afirmando que os peixes são muito cegos e ignorantes e apresenta, em contraste, o exemplo de Santo António, que nunca se deixou enganar pela vaidade do mundo, fazendo-se pobre e simples, e assim pescou muitos para salvação.

Capítulo V

Peixes

Defeitos

Argumentos

Exemplos de homens

Os Roncadores

soberba

pequenos mas muita língua; facilmente pescados

Pedro

orgulho

os peixes grandes têm pouca língua

Golias

 

muita arrogância, pouca firmeza

Caifás

 

 

Pilatos

Os Pegadores

parasitismo

vivem na dependência dos grandes, morrem com eles

Toda a família da corte de Herodes

os grandes morrem porque comeram, os pequenos morrem sem terem comido

Adão e Eva

Os Voadores

presunção

foram criados peixes e não aves

Simão mago

ambição

são pescados como peixes e caçados como aves

 

morrem queimados

O Polvo

traição

ataca sempre de emboscada porque se disfarça

Judas

Comparação entre os peixes e Santo António

Peixes
Santo António
Os Roncadores: soberbos e orgulhosos, facilmente pescados
tendo tanto saber e tanto poder, não se orgulhou disso, antes se calou. Não foi abatido, mas a sua voz ficou para sempre
Os Pegadores: parasitas, aduladores, pescados com os grandes
pegou-se com Cristo a Deus e tornou-se imortal
Os Voadores: ambiciosos e presunçosos
tnha duas asas: a sabedoria natural e a sabedoria sobrenatural. Não as usou por ambição; foi considerado leigo e sem ciência, mas tornou-se sábio para sempre
O Polvo: traidor
Foi o maior exemplo da candura, da sinceridade e verdade, onde nunca houve mentira

Episódio do Polvo

Divisão em partes:

  • Introdução: a aparência do polvo "O polvo… mansidão" (ll.177-179).
  • Desenvolvimento: a realidade "E debaixo… pedra" (ll.179-187).
  • Conclusão: a consequência "E daqui… fá-lo prisioneiro" (ll.187-189).
  • Comparação: "Fizera… traidor" (ll.190-196).
A expressão "aparência tão modesta" traduz a aparente simplicidade e inocência do polvo, que encobre uma terrível realidade. O orador usa a ironia. A expressão "hipocrisia tão santa" contém em si um paradoxo: a hipocrisia nunca é santa; de novo, o orador usa uma fina e penetrante ironia: o polvo apresenta um ar de santo, mas encobre uma cruel realidade. Tem a máscara (que é o que quer dizer em grego hipócrita), o fingimento de inofensivo.
O mimetismo é o que o polvo usa para enganar: faz-se da cor do local ou dos objectos onde se instala.
No camaleão, o mimetismo é um artifício de defesa contra os agressores, no polvo é um artifício para atacar os peixes desacautelados.
O orador refere a lenda de Proteu para contrapor o mito à realidade: Proteu metamorfoseava-se para se defender de quem o perseguia; o polvo, ao contrário, usa essa qualidade para atacar.
Os deícticos demonstrativos implicam a linguagem gestual e têm por intenção criar o visualismo na mente dos ouvintes (leitores). A anáfora, repetição da mesma palavra em início de frase, insiste no mesmo visualismo.
Os verbos que se referem ao polvo estão no presente do indicativo, traduzindo uma realidade permanente e imutável; a forma "vai passando" gerúndio perifrástico, acentua a forma despreocupada dos outros peixes que lentamente passam pelo local onde se encontra o traidor; os verbos que se referem a Judas estão no pretérito perfeito do indicativo porque referem acções do passado. Há ainda o imperativo "Vê", que traduz uma interpelação directa ao polvo, tornando o discurso mais vivo.
O polvo nunca ataca frontalmente, mas sempre à traição: primeiro, cria um engano, que consiste em fazer-se das cores onde se encontra; depois, ataca os inocentes.
O texto deste capítulo segue a variedade de ritmos dos outros capítulos e apresenta os mesmos recursos para conseguir tal objectivo. Basta atentar no parágrafo que começa por "Rodeia a nau o tubarão… " e no texto referente ao polvo.
Elemento comum entre Judas e o polvo: a traição. Ambos foram vítimas deste defeito.
Elementos diferentes entre Judas e o polvo: Judas apenas abraçou Cristo, outros o prenderam; o polvo abraça e prende. Judas atraiçoou Cristo à luz das lanternas; o polvo escurece-se, roubando a luz para que os outros peixes não vejam as suas cores. A traição de Judas é de grau inferior à do polvo.

 

Animais/Peixes
Peixes
Homens
foram escolhidos para os sacrifícios

estes podiam ir vivos para os sacrifícios

ofereçam a Deus o ser sacrificado

ofereçam a Deus o sangue e a vida
não foram escolhidos para os sacrifícios

só poderiam ir mortos. Deus não quer que Lhe ofereçam coisa morta

ofereçam a Deus não ser sacrificados

ofereçam a Deus o respeito e a obediência
os homens também chegam mortos ao altar porque vão em pecado mortal. Assim, Deus não os quer.

 

 

Capítulo VI

Peroração: conclusão com a utilização de um desfecho forte, capaz de impressionar o auditório e levá-lo a pôr em prática os ensinamentos do pregador.
O orador quer que os homens imitem os peixes, isto é, guardem respeito e obediência a Deus. Numa palavra, pretende que os homens se convertam (metanóia).
As interrogações têm por objectivo atingirem preferencialmente a inteligência, enquanto as exclamações visam mais o sentimento dos ouvintes. As repetições põem em realce o paralelismo entre o orador e os peixes; as gradações intensificam um sentido.
A repetição do som /ai/ (11 vezes) cria uma atmosfera sonora cada vez mais intensa e optimista; a repetição das palavras "Louvai" e "Deus" apontam para a finalidade global do sermão: o louvor de Deus, que todos devem prestar. O verbo no imperativo realiza a função apelativa da linguagem: depois de ter inventariado os louvores e os defeitos dos peixes/homens, não poderia deixar de apelar aos ouvintes para que louvem a Deus. A escolha do hino Benedicite cumpre fielmente esse objectivo, encerrando o Sermão com um tom festivo, adequado à comemoração de Santo António, cuja festa se celebrava. A palavra Ámen significa "Assim seja", "que todos louvem a Deus". O quiasmo realizado na colocação em ordem inversa das palavras glória e graça sugere a transposição dos peixes para os homens: já que os peixes não são capazes de nenhuma dessas virtudes, sejam-no os homens. Sugere também uma mudança: a conversão (metanóia), porque só em graça os homens podem dar glória a Deus.

Curiosidades - Padre António Vieira



Titulos para entrar no céu

V. a nota do trecho A tristeza-Definições e allegorias
Sermões, 5.º vol. 1855.

Lá no céu não se pergunta se veem dos godos,
oomo em Hespanha; ou dos Horbões, como em França;
oudos austriacos, como em Allemanha; mas se veem
ou não veem da grande tribulação. Se não veem da
grande tribulação, ainda que sejam reis ou imperado-
res, não lhes abre S. Pedro as portas do céu; mas se
veem da grande tribulação, ainda que sejam vís, ainda
que sejam escravos, ainda que sejam os mais pobres
miseraveis do mundo, ainda que se lhes não saiba
o appellido, nem o nome, todos teem as portas e en-
tradas do céu francas e abertas, porque assim o diz
a lei universal, que a todos comprehende e a ninguem
exceptua: Per multas tribulationes oportet nos intrare
in regnum Dei.


Trechos Selectos
do
Padre Antonio VieiraPublicação commemorativa do bi-centenario da sua morte
Lisboa
Typographia Minerva Central1897

domingo, 23 de setembro de 2012

Questões a que deves conseguir responder depois de ler o Frei Luís de Sousa

1ºACTO

Cena 1


  1. O monólogo pode dividir-se em duas partes correspondendo cada uma a dois elementos duma comparação entre Inês de Castro e Madalena.
1.1. Que episódio de Os Lusíadas está a ler Madalena e em que canto se situa?
1.2. Onde termina, na fala de Madalena, a 1ª parte?
1.3. Que palavra marca a oposição entre os dois elementos comparados?

     2. Madalena está só. mas em espírito tem presentes duas pessoas.
2.1. A quem se refere quando diz "que o não saiba ele ao menos"?

Sabes tudo sobre os Maias? Consegues responder?


1. A primeira edição d'Os Maias sai em:
    
2. Uma destas obras não foi escrita por Eça de Queirós.
    A cidade e As Serras
    Memorial do Convento
    O Crime do Padre Amaro
    O Primo Basílio
3. Eça de Queirós pertenceu à chamada "Geração de 70".
    Verdadeiro
    Falso
4. Em 1871, ao participar no ciclo das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, Eça repudia abertamente a ideia da arte pela arte.
    Verdadeiro
    Falso
5. A acção d' Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade dos séc. XX.
    Verdadeiro
    Falso
6. O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega, que lhe diz: - "falhamos a vida, menino!".
    Verdadeiro
    Falso
7. Vários são os episódios utilizados pelo autor para mostrar a vida da alta sociedade lisboeta. Destaca os mais importantes:
    Jantar do Hotel Central
    Nascimento de Pedro
    Corrida de Cavalos
    Jantar dos Gouvarinho
8. A mensagem que o autor pretende deixar com esta obra, tem uma intenção iminentemente É através do paralelo entre duas personagens - Pedro e Carlos da Maia, que Eça concretiza a sua intenção.
9. O quintal do Ramalhete, também sofre uma evolução. No primeiro capítulo a está seca porque o tempo da acção d' Os Maias ainda não começou. No último capítulo, o fio de água da cascata é símbolo da eterna melancolia do tempo que passa.
10. As personagens intervenientes na acção d' Os Maias são cerca de 60. Cingimo-nos portanto, às personagens principais. Indica qual é a personagem que não é central no romance.
    Afonso da Maia
    Ega
    Carlos da Maia
    Pedro da Maia
11. As personagens tipo são: João da Ega; Alencar; Conde de Gouvarinho; Condessa de Gouvarinho; Craft; Cruges; Dâmaso Salcede; Eusebiozinho e Sr Guimarães.
12. A acção principal d' Os Maias, desenvolve-se segundo os moldes da clássica - peripécia, reconhecimento e catástrofe. A peripécia verificou-se com o encontro casual de Maria Eduarda com Guimarães;
13. Indica os três tipos de espaço em Os Maias.
    
14. O espaço social comporta os ambientes (jantares, chás, soirés, bailes, espectáculos), onde actuam as personagens que o narrador julgou melhor representarem a sociedade por ele criticada - as classes dirigentes, a alta e a burguesia. Destac
15. Os Maias distinguem-se no quadro da literatura nacional não só, pela originalidade do tema mas também, pela destreza e mestria com que o autor conta o romance. De facto, tanto a crítica social, como a intriga são valorizadas.
16. Realismo é uma reacção contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do . O Realismo é anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houver de mau na nossa sociedade».
17. Este romance não apresenta um seguimento temporal linear, mas, pelo contrário, uma estrutura complexa na qual se integram vários "tipos" de tempos: tempo , tempo do discurso e tempo psicológico.
18. O tempo psicológico é o tempo que a personagem assume ; é o tempo filtrado pelas suas vivências subjectivas, muitas vezes carregado de densidade dramática.
19. Em síntese, a obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda.
20. é o espaço privilegiado do romance, onde decorre praticamente toda a vida de Carlos ao longo da acção. O carácter central de Lisboa deve-se ao facto de esta cidade, concentrar, dirigir e simbolizar toda a vida do país.