Escritor português, natural de Melo, Gouveia. Passou a maior parte da sua infância com as tias maternas, devido à emigração dos pais para os Estados Unidos. Aos dez anos de idade ingressou no seminário do Fundão, que abandonou em 1932, tempo cuja má recordação, segundo o próprio, só se desfez após a escrita catártica de Manhã Submersa (1954). Depois de deixar o seminário, acabou o curso liceal no Liceu da Guarda e entrou, em 1936, para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se formou em Filologia Clássica, em 1940. Dedicou-se inicialmente (durante a adolescência e o período de formação em Coimbra) à poesia, que, embora nunca tenha publicado, nunca o abandonou, como o prova o lirismo da sua prosa. Em 1939 escreveu o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe, que publicou quatro anos mais tarde. Depois de ter concluído o estágio no Liceu D. João III, em Coimbra, leccionou, até 1981, em diversos liceus do país: Faro (1942); Bragança (1944); Évora (1945-59), que deixou profundas marcas em vários romances, nomeadamente em Aparição (1959); Lisboa, no liceu Luís de Camões (a partir de 1959).
Inicialmente ligado ao neo-realismo, acabou por se desligar deste movimento literário, evoluindo a sua obra no sentido de uma temática existencialista e de um humanismo trágico. A sua obra é atravessada por uma constante reflexão sobre a condição humana, um constante registo das grandes interrogações do homem, da procura de sentido para as razões essenciais da vida e da morte. Esta orientação foi seguida a partir do romance Mudança (1950), ficando definitivamente associada às obras seguintes do escritor.
A par desta interrogação filosófica sobre o destino do homem, os textos de Vergílio Ferreira, nomeadamente os ensaios, traduzem também uma reflexão sobre os problemas da arte e da civilização europeias. No entanto, na sua obra, os aspectos ensaísticos estão também frequentemente implicados nos romances. Considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, Vergílio Ferreira manteve-se à margem de polémicas estritamente políticas e de grupos literários, o que lhe valeu algumas críticas por parte de outros nomes do mundo cultural português.
Vergílio Ferreira publicou as obras de ficção, O Caminho Fica Longe (1943), Onde Tudo Foi Morrendo (1944), Vagão J (1946), Mudança (1950), A Face Sangrenta (1953), Manhã Submersa (1954, obra adaptada ao cinema por Lauro António), Aparição (1959, Prémio Camilo Castelo Branco), Cântico Final (1960), Estrela Polar (1962), Apelo da Noite (1963), Alegria Breve (1965, Prémio da Casa da Imprensa), Nítido Nulo (1971), Apenas Homens (1972), Rápida A Sombra (1975), Contos (1979), Para Sempre (1983), Uma Esplanada Sobre o Mar (1986), Até ao Fim (1987, Grande Prémio de Novela e Romance da Associação Portuguesa de Escritores), Em Nome da Terra (1990), Na Tua Face (1993, Grande Prémio de Novela e Romance da APE) e, já após a sua morte, Cartas a Sandra (1996). É também autor dos ensaios Terá Camões Lido Platão? (1942), Sobre o Humorismo de Eça de Queirós (1943), Do Mundo Original (1957), Carta ao Futuro (1958), Da Fenomenologia a Sartre (1962), André Malraux: Interrogação ao Destino (1963), Espaço do Invisível 1 (1965), Invocação ao Meu Corpo (1969), Espaço do Invisível 2 (1976), Espaço do Invisível 3 (1977), Um Escritor Apresenta-se (1981), Espaço do Invisível 4 (1987), Arte Tempo (1988) e dos diários Conta-Corrente I (1980), Conta-Corrente II ( 1981), Conta-Corrente III (1983), Conta-Corrente IV (1986), Conta-Corrente V (1987), Pensar (1992), Conta-Corrente Nova Série 1 (1993), Conta-Corrente Nova Série 2 (1993), Conta-Corrente Nova Série 3 (1994), Conta-Corrente Nova Série 4 (1994).
Foram-lhe atribuídos, entre outros, o Prémio do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários (1985, pelo conjunto da sua obra), o Prémio Femina (1990), o Prémio Europália (1991) e o Prémio Camões (1992).
Várias obras suas foram adaptadas ao cinema: além de Manhã Submersa, já mencionada, Cântico Final, e os contos O Encontro, A Estrela e Mãe Genoveva. Algumas das suas obras encontram-se traduzidas em várias línguas.
Inicialmente ligado ao neo-realismo, acabou por se desligar deste movimento literário, evoluindo a sua obra no sentido de uma temática existencialista e de um humanismo trágico. A sua obra é atravessada por uma constante reflexão sobre a condição humana, um constante registo das grandes interrogações do homem, da procura de sentido para as razões essenciais da vida e da morte. Esta orientação foi seguida a partir do romance Mudança (1950), ficando definitivamente associada às obras seguintes do escritor.
A par desta interrogação filosófica sobre o destino do homem, os textos de Vergílio Ferreira, nomeadamente os ensaios, traduzem também uma reflexão sobre os problemas da arte e da civilização europeias. No entanto, na sua obra, os aspectos ensaísticos estão também frequentemente implicados nos romances. Considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, Vergílio Ferreira manteve-se à margem de polémicas estritamente políticas e de grupos literários, o que lhe valeu algumas críticas por parte de outros nomes do mundo cultural português.
Vergílio Ferreira publicou as obras de ficção, O Caminho Fica Longe (1943), Onde Tudo Foi Morrendo (1944), Vagão J (1946), Mudança (1950), A Face Sangrenta (1953), Manhã Submersa (1954, obra adaptada ao cinema por Lauro António), Aparição (1959, Prémio Camilo Castelo Branco), Cântico Final (1960), Estrela Polar (1962), Apelo da Noite (1963), Alegria Breve (1965, Prémio da Casa da Imprensa), Nítido Nulo (1971), Apenas Homens (1972), Rápida A Sombra (1975), Contos (1979), Para Sempre (1983), Uma Esplanada Sobre o Mar (1986), Até ao Fim (1987, Grande Prémio de Novela e Romance da Associação Portuguesa de Escritores), Em Nome da Terra (1990), Na Tua Face (1993, Grande Prémio de Novela e Romance da APE) e, já após a sua morte, Cartas a Sandra (1996). É também autor dos ensaios Terá Camões Lido Platão? (1942), Sobre o Humorismo de Eça de Queirós (1943), Do Mundo Original (1957), Carta ao Futuro (1958), Da Fenomenologia a Sartre (1962), André Malraux: Interrogação ao Destino (1963), Espaço do Invisível 1 (1965), Invocação ao Meu Corpo (1969), Espaço do Invisível 2 (1976), Espaço do Invisível 3 (1977), Um Escritor Apresenta-se (1981), Espaço do Invisível 4 (1987), Arte Tempo (1988) e dos diários Conta-Corrente I (1980), Conta-Corrente II ( 1981), Conta-Corrente III (1983), Conta-Corrente IV (1986), Conta-Corrente V (1987), Pensar (1992), Conta-Corrente Nova Série 1 (1993), Conta-Corrente Nova Série 2 (1993), Conta-Corrente Nova Série 3 (1994), Conta-Corrente Nova Série 4 (1994).
Foram-lhe atribuídos, entre outros, o Prémio do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários (1985, pelo conjunto da sua obra), o Prémio Femina (1990), o Prémio Europália (1991) e o Prémio Camões (1992).
Várias obras suas foram adaptadas ao cinema: além de Manhã Submersa, já mencionada, Cântico Final, e os contos O Encontro, A Estrela e Mãe Genoveva. Algumas das suas obras encontram-se traduzidas em várias línguas.
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